Deputados debatem direitos dos surdos e apoiam aumento de intérpretes em escolas

Por meio de um requerimento do deputado Cleiton Cardoso, a AL realizou uma sessão solene pelos 13 anos da Lei de Libras e alguns avanços podem ser garantidos com aumento de intérpretes nas escolas.

Assembleia realizou sessão especial
Descrição: Assembleia realizou sessão especial Crédito: Ascom/AL

A Assembleia Legislativa (AL) realizou na manhã desta quinta-feira, 23, uma sessão solene pelos 13 anos do reconhecimento da Lei de Libras do Estado do Tocantins, a pedido do deputado Cleiton Cardoso (PSL), e com a presença do secretário Estadual de Educação, Adão Francisco de Oliveira, as políticas públicas na educação permearam o debate. Hoje a rede estadual de ensino conta com apenas 30 intérpretes de libras para um universo de 480 alunos, foi o que informou o secretário.

 

“Temos 180 mil alunos matriculados e 480 alunos surdos. Esse é o quadro que recebemos na Seduc e 30 intérpretes na rede, mas estamos em um processo de formação de professores para a formação em libras e a previsão é mais de 400 professores formados”, explicou Adão ao relatar a sua preocupação com o acesso à formação em libras dos profissionais da educação.

 

A debutada Valderez Castelo Branco (PP), falou da importância da Lingua Brasileira de Sinais e destacou as políticas públicas voltadas para a pessoa com deficiência. “Hoje temos políticas públicas que proporcionam oportunidades de inclusão das pessoas com deficiência, no entanto é preciso de mais oportunidade de capacitação e inclusão nas escolas e faculdades para que estas pessoas consigam alcançar todos os seus objetivos e sonhos”, disse.

 

Na oportunidade, Valderez informou que vai apresentar um requerimento solicitando uma janela com intérprete de líbras nas transmissões da TV Assembleia. Hoje os programas da referida TV não contam com dispositivos que garantam acessibilidade.

 

O deputado Cleiton Cardoso comemorou e considerou a propositura um avanço. “Temos que ter o intérprete na TV e também na Casa durante as sessões. Se uma pessoa surda vem assistir os debates entra e sai sem entender nada, pois não temos esse intérprete de libras”, pontuou.

 

Cleiton repercutiu ainda a importância de se garantir os intérpretes nas escolas. “Eu vejo que apesar dos avanços que estão tendo, há sim a necessidade de termos professores capacitados para trabalhar com os surdos. Hoje temos mais  400 alunos e será que estes alunos estão sendo preparados da melhor forma? O correto é ter o preparo desde a educação básica”, foi o que disse ao T1 Notícias.

 

Presente na sessão, Renato Jeferson Bezerra, que é surdo destacou a importância de se ter profissionais capacitados na linguagem dos sinais dentro das salas de aula. “Aqui no estado do Tocantins poucas pessoas conhecem as libras e os professores precisam ser capacitados, afinal professor com aluno surdo e que não sabe libras a comunicação não flui e quando o professor sabe libras é possível haver a transmissão do conhecimento”, disse Renato ao ressaltar que a medida de capacitar os professores pode ser a alternativa para  desenvolver a lingua de sinais.

 

Na sessão, foram homenageados o intérprete de Libras João Mendes Filho, a professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Roselba Gomes de Miranda e o presidente da Associação de Apoio e Defesa do Surdo de Gurupi (ADESGU), Charlie Chrystian Guedes Cordeiro.

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