Os efeitos das eleições municipais deste ano ainda repercutem no Plenário da Assembleia Legislativa. Na sessão desta quinta-feira, dia 11, os deputados confirmaram que a compra de votos ocorreu de forma generalizada. Também foram defendidas ações para minimizar a prática. Todos os que usaram a palavra disseram presenciar ou sentir o peso do poder do dinheiro na decisão do eleitor. O deputado Zé Roberto (PT) lembrou também que há abusos na contratação indiscriminada de pessoas para as campanhas eleitorais.
Para o presidente da Assembleia, deputado Raimundo Moreira (PSDB), da forma como tem acontecido o pleito, o voto do eleitor tornou-se uma mercadoria. “É uma desmoralização. Eu mesmo presenciei muitos jovens que esperavam votar no final da tarde na tentativa de conseguir um candidato que comprasse seus votos”, alertou. O deputado Manoel Queiroz (PPS) lembrou que o eleitor também é responsável pela situação. “É preciso conscientizar o cidadão, pois ele faz parte do processo e, por isso, é também responsável pelo que está acontecendo”, afirmou.
A questão das pesquisas e da liberdade de imprensa também foi debatida na sessão. O deputado José Bonifácio (PR) defendeu os meios de comunicação após críticas do deputado Zé Roberto, que acusou a imprensa de ser tendenciosa em relação ao PT. Já Solange Duailibe (PT) chamou a atenção para setores da imprensa que “agem de forma mercantilista”. “Sei de veículos que fazem manipulação das pesquisas de acordo com quem paga, e presenciamos jornalistas que mudam de discurso por interesse”, afirmou a parlamentar.
Sobre alguns pontos os deputados entraram em consenso, como a condenação da compra de votos e o estabelecimento de algum tipo de regulamentação para contratação e publicação de pesquisas de opinião. “Precisamos buscar apoio de nossas bancadas em Brasília a fim de promover um amplo estudo sobre essas práticas, que, no final das contas, prejudicam tanto a classe política como a sociedade em geral”, concluiu. (Assessoria/Penaforte Dias)
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