As exonerações publicadas pelo governo interino de Mauro Carlesse (PHS) nos Diários Oficiais do Estado desde a última sexta-feira, 20, até esta terça, 24, foram o tema principal dos debates desta quarta-feira, 25, no plenário da Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais de oposição a Carlesse, que é candidato às eleições suplementares, comentaram as exonerações e teceram críticas, especialmente sobre a demissão de comissionados e contratados em cargos nas áreas da saúde, educação, e demais setores da administração pública. Outros parlamentares também saíram em defesa das medidas adotadas.
O primeiro a usar a tribuna foi o deputado Jorge Frederico (MDB), que durante sua fala criticou as decisões do governo interino e afirmou que o Palácio tornou-se um “balcão de negócios”. “Estão demitindo o pai e a mãe de família para contratar outros e aumentar o caos do Estado. Estão usando uma caneta da maldade com o suor e a lágrima do tocantinense”, disse.
Em sua fala Osires Damaso (PSC) afirmou que no interior do Estado supostos aliados a Carlesse estariam oferecendo cargos de diretorias e autarquias no Estado em troca de apoio. “Todos sabem que essas exonerações não são para enxugar a folha. Essas demissões são para tirar as pessoas que estão trabalhando no Estado e colocar os cabos eleitorais para a campanha suplementar. Não podemos fingir”, declarou.
Nilton Franco (MDB) repudiou pediu que os órgãos reguladores intercedam na questão. “Não podemos admitir, não vamos nos calar, vamos levantar a voz parlamentar nesta casa. Peço compreensão aos órgãos fiscalizadores, peço auxílio ao Ministério Público. Está na hora de agir em favor do cidadão e do pai de família do Estado”.
Já o deputado Vilmar de Oliveira (SD) disse que “o comportamento do balcão de negócios é de conhecimento de todos e teve início no mandato de Gaguim (...) Nós também vivemos isso no governo Sandoval e quem era o negociador e o articular ali era o Eduardo Siqueira Campos, que também está nesse governo. É ele que está articulando, ele que está negociando ali no Palácio. Não estão pensando no cidadão, nem no pai de família que fez compromisso com seu salário”, explanou.
Em defesa ao governo
Afirmando que não faria defesa à gestão Carlesse, Junior Evangelista (PSC) pontuou que o governo não pode ser avaliado em três dias de mandato e questionou o posicionamento de Nilton Franco, que pediu a interferência do Ministério Público e de outros órgãos. “Ele tem apenas três dias de governo, não podemos fazer dessa casa um palanque político. Se o estado está assim, o povo sabe muito bem quem causou a instabilidade desse estado”, pontuou, dizendo que “jogar a culpa já no Carlesse é uma falta de respeito muito grande. Vir cobrar que os órgãos fiscalizem? Porque não pediu para fazer isso no outro governo?”, questionou.
Wanderlei Barbosa (SD), que é candidato a vice-governador do Estado na chapa de Carlesse, garantiu que o governo adotou uma medida administrativa mantendo o quantitativo suficiente de pessoas para trabalhar e justificou que muitos contratados e comissionados exonerados sequer trabalhavam. “Tem cidade que tem duas ambulâncias e 23 motoristas, outra cidade que tem uma quadra de esportes e 16 auxiliares de serviços gerais”, colocou.
Wanderlei também falou da última gestão e das cassações do ex-governador Marcelo Miranda (MDB). “Um governo de apenas dez dias, querem dizer que vai ser o pior governo da história do Estado? Sendo que foi administrado por 12 anos por um governo que foi cassado três vezes, duas como governador e uma como senador. É lamentável que nosso Estado tenha essa história”, declarou.
Sobre as acusações de que as demissões seriam para contratar cabos eleitorais, Wanderlei Barbosa pediu que os parlamentares consultassem os servidores concursados. “Perguntem aos servidores efetivos desse Estado se eles não têm expectativa. Ele tem expectativa sim, pois eles não tiveram uma progressão durante todos esses anos, praticamente nenhum policial foi promovido, e uma série de coisas”, relatou.
O deputado ainda reforçou que as demissões são para equilibrar as contas públicas. “É preciso que se faça isso, do contrário, nós vamos continuar vendo pessoas morrendo nas filas dos hospitais, e sabe por quê? Porque não conseguiram pagar médico, porque estavam pagando cabo eleitoral”, pontuou referindo-se diretamente aos contratos existentes durante o governo Marcelo Miranda.
Durante a sessão, que durou toda a amnhã, outros candidatos também se posicionaram sobre as exonerações como Toinho Andrade, José Bonifácio (PR), Eli Borges (PROS), Amélio Cayres (SD), Elenil da Penha (MDB) e Valdemar Junior.
Assista abaixo a sessão completa:
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