O deputado estadual José Bonifácio (PR) usou a tribuna nesta quarta-feira, 11, na Assembléia Legislativa para dar o seu depoimento sobre a confusão ocorrida entre ele e um cabo da PM no fim do jogo entre Interporto e Tocantinópolis. Apelando pela essência da democracia e o direito de expressão, o deputado questionou a liberdade de um parlamentar em dar o seu voto e sua opinião em matérias que tramitam na Casa e depois sofrer pressão por parte de categorias.
“Não podemos votar porque estaremos aqui sob ameaça?”, questionou o deputado que foi categórico ao negar as acusações de que teria agredido o PM primeiro. Bonifácio citou Cervantes ao defender o direito de cada homem de pensar e manifestar-se como melhor lhe aprouver. "Tenho que agradecer os militares que me escoltaram até o meu carro e permitiram que eu saísse do local", disse.
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O deputado Toinho Andrade (PSD), que acompanhava Bonifácio no jogo, lamentou o episódio que segundo ele “não é bom para o futebol” e lembrou o respeito que a torcida portuense tem por Bonifácio.
Já o deputado Paulo Mourão (PT) questionou a segurança no local e destacou que é comum, em dias de votação de matéria de interesse comum, que o deputado passe por esse tipo de situação. “É preciso que nós, em conjunto, assinemos um documento que apure esses fatos”, disse.
O deputado Osires Damaso (DEM), presidente da AL, falou de sua preocupação com os relatos de Bonifácio. “Eu tenho certeza que o que aconteceu com ele pode acontecer com qualquer um de nós e se o policial realmente cometeu essa arbitrariedade, é preciso ser punido”.
Usando a tribuna, o deputado Elenil da Penha também lamentou o episódio: " Se um depuado estadual, manifesta sua opinião através do voto e é tratado assim por um militar, um deputado que tem a tribuna para se expressar, o que não acontece com um cidadão comum?" questionou.
O outro lado
Em entrevista ao T1 Notícias, o advogado Luiz Antônio Monteiro, que foi citado pelo deputado, disse que estava no estádio em companhia de seu filho de 12 anos. “Quando me dirigi ao banheiro, um rapaz ia passando pelo deputado e o deputado deu um soco na boca do rapaz, o que o deputado está contando por ai é mentira”, contou.
Segundo Luiz Antônio, ele não sabia que o deputado e o policial militar estavam no estádio, até saber da confusão. “Se aconteceu alguma coisa anterior a isso entre eles não sei. Fiquei sabendo da presença dos dois naquele momento quando vi o deputado agredir o rapaz e eu fui pra cima dele para tentar ajudar. Eu fui interceder protegendo o deputado, mas falei que ele como deputado devia era respeitar as pessoas e não agredir da forma que ele agrediu”, relatou.
(Atualizada com correções às 17h08)
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