Não é de hoje que a deputada estadual Amália Santana, uma das maiores estrelas do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado demonstra seu descontentamento com a sigla. Os sinais estão claros de que a parlamentar tem tido atritos com as decisões partidárias e também em relação ao calvário que foi o seu processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que podia cassar seu mandato.
A parlamentar compareceu ao encontro estadual do partido neste sábado, 13, fez um discurso genérico, mas carregado de simbolismo de dissidência e não se comprometeu com o discurso de candidato próprio do PT ao governo em 2014. E nem mesmo citou o nome do ex-secretário estadual da Saúde, o milionário Nicolau Esteves, recém-filiado ao PT para a vaga. Esteves foi aclamado no evento por muitos petistas em seus discursos como o pré-candidato da agremiação ao Palácio Araguaia nas próximas eleições.
Nas entrelinhas de seu discurso, porém sem deixar transparecer nada, Amália pediu que fossem realizados bons debates onde fosse permitido discutir os problemas internos da agremiação no Tocantins e da conjuntura política estadual.
Em off
Visivelmente descontente com o PT, Amália não declara com todas as palavras os motivos de sua chateação com o partido. A deputada comentou sobre tudo com a reportagem do T1 Notícias, mas pediu off, e afirmou que só vai falar quando finalizar o encontro da executiva do partido neste domingo, 13. Antes, Amália quer discutir seus posicionamentos com a sigla.
Chateada
Antes de sua absolvição no TRE, o que lhe deu um fôlego maior no exercício parlamentar, Amália quando interpelada se estaria descontente com o PT declarou várias vezes ao T1 Notícias que só falaria da relação com o partido após o julgamento. Por vezes, a deputada respondia as perguntas com outra pergunta: “Não sei. Eu estou descontente? Avalie se estou. A imprensa sempre vê e analisa muito bem o cenário político. Vocês são inteligentes e sabem muitas coisas. Então analise, avalie se estou descontente com o PT”, respondia Amália.
Com Siqueira?
Amália nega veementemente, mas corre nos bastidores que ela será a deputada que vai se licenciar para dar lugar ao suplente Ricardo Ayres (PDMB) aliado do governo Siqueira Campos. Quando questionada se está na base do governo, a deputada nega e diz que somente tem votado com o governo quando a proposta é boa para a sociedade.
Se não vai assumir uma pasta no governo, Amália bem que contribuiu para que o governador Siqueira Campos (PSDB) inche ainda mais a combalida administração estadual de secretarias. Entre secretarias, secretarias extraordinárias, agências e autarquias, o Estado já tem mais de 40. A deputada solicitou na semana passada a criação de mais uma: a Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher. Coincidência ou não, o fato é que o nome da parlamentar já era cogitado nos bastidores há duas semanas para assumir justamente a pasta que ela pediu para o governo criar.
Questionada se as Políticas Públicas para as Mulheres no Estado já não funcionam, Amália disse que funcionam, mas que estão espalhadas e seria importante que elas estivessem aglomeradas em uma pasta. A deputada não especificou quais eram essas políticas e também não citou dados ou exemplos delas.
Em questionamentos com militantes do partido no encontro estadual, o T1 Notícias apurou que muitos acham que a criação de mais uma secretaria no Governo a pedido de uma petista. Entrentanto, mesmo em menor número, outros apontam que é uma diretriz partidária lutar pela Secretaria de Políticas para a Mulher, aos moldes do Governo Federal na era do PT.
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