Descontente, PRTB orienta candidatos a não irem em reunião de Márlon; Rede responde

“Não vou disputar o apoio de partidos políticos por meio de leilão com candidatos que abusam de seu poderio econômico para comprar a simpatia de políticos”, responde Márlon em carta

PRTB teria dito que cedeu vaga de vice e aguarda contra partida financeira
Descrição: PRTB teria dito que cedeu vaga de vice e aguarda contra partida financeira Crédito: Divulgação

Uma mensagem supostamente emitida pela diretoria estadual do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) orienta que candidatos a deputado estadual e federal pela sigla não compareçam à reunião da majoritária da Frente Alternativa, chapa encabeçada pelo Márlon Reis (Rede).

 

Na mensagem, o partido afirma que “cedeu a vice governadoria da chapa” mediante uma “contra partida financeira” do candidato e, devido ao não cumprimento deste suposto acordo, a “Presidência [do partido] norteia e sugere a todos os candidatos a Deputados Estaduais e Federais a não comparecerem na Reunião da Majoritária marcada para acontecer no Hotel Vitória, às 15 horas nestr sábado”.

 

Na mensagem, assinada apenas como “Família PRTB”, os candidatos também são orientados a “suspender todas as atividades e conversações com o Rede Sustentabilidade e coligados até nova decisão tomada pela Diretoria e Candidatos”, mas pondera: “Essa decisão ainda não significa ruptura da aliança, porém revela o descontentamento do Grupo em relação ao descumprimento do acordo firmado e assumido pelo Candidato Marlon”.

 

O T1 Notícias tentou contato com o presidente regional do PRTB, Júlio Fidélix, e com o vice-presidente do partido no Tocantins, Sargento Jenilson, mas as ligações não foram atendidas.

 

Márlon Reis

 

Márlon Reis emitiu uma carta-nota em resposta à essa mensagem divulgada nas redes sociais que, supostamente, diz ser do PRTB. No documento, o governadoriável afirma que “diferentemente do que trata a nota divulgada pelas redes sociais que diz ser em nome do PRTB, não há qualquer compromisso descumprido”, e avança: “Deixo claro que não me vergo a pressões antirrepublicanas. Não vou disputar o apoio de partidos políticos por meio de leilão com candidatos que abusam de seu poderio econômico para comprar a simpatia de políticos”.

 

Como a proposta da Frente Alternativa é implantar uma “nova política”, Reis pondera e finaliza: “Esse é o tipo de política que o povo não aguenta mais. Essa é uma das práticas políticas que a população condena e que não me submeto a fazer”.

 

Confira a carta na íntegra:

 

“A Frente Alternativa é uma coligação partidária que foi construída em nome de um projeto para o Tocantins. Um projeto com pilares firmes e sólidos que combatem fortemente à corrupção e todas as práticas ilegais de condução da gestão pública, que propõe a reconstrução do Estado com a implantação de uma administração estadual eficiente e enxuta, cortando os excessos cometidos pelo Governo para investir no bem estar da população tocantinense e a criação de um sistema de gestão que dê condições para o desenvolvimento econômico e social do Estado, incentivando o setor privado a alcançar papel de protagonista na economia e garantindo o cumprimento do papel do Governo de oferecer à população serviços básicos de qualidade na saúde, educação, segurança e assistência social.

 

Importante reforçar que a Frente Alternativa foi construída sobre uma plataforma transparente e republicana, combatendo a forma arcaica de se fazer política por meio de conchavos e negociações espúrias. Diferentemente do que trata a nota divulgada pelas redes sociais que diz ser em nome do PRTB, não há qualquer compromisso descumprido. Oferecemos aos nossos candidatos o apoio estrutural inicial para a eleição. Outro ponto a se destacar é que a formação da chapa majoritária recebeu o aval e a anuência de todos os partidos que compõem a coligação, como traz a própria ata de convenção dos partidos apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e assinada pelos dirigentes partidários.

 

Deixo claro que não me vergo a pressões antirrepublicanas. Não vou disputar o apoio de partidos políticos por meio de leilão com candidatos que abusam de seu poderio econômico para comprar a simpatia de políticos. O modo ilícito que fazem campanha é o mesmo que adotarão num possível governo e que o atual governador adotou em sua gestão falida, que envolve a contratação de cabos eleitorais pagos com o dinheiro do povo, como revelou o Tribunal de Contas do Estado (TCE). É dinheiro público que deveria ser usado para melhorar a saúde, a educação e a segurança, mas que está sendo usado de maneira criminosa para desnivelar o processo eleitoral. O atual governador será o próximo a ser cassado e preso pela Justiça, como está acontecendo com o outro que foi cassado por duas vezes. O Estado já sofreu por causa de crimes cometidos por governantes irresponsáveis e está sofrendo novamente com este Governo que aí está.

 

Esse é o tipo de política que o povo não aguenta mais. Essa é uma das práticas políticas que a população condena e que não me submeto a fazer.

 

O PRTB tem homens e mulheres valorosos e com consciência do nosso projeto. Mas se as forças indecorosas do partido forem maiores que sua pureza de interesse e se submeterem às benesses ilegais da prática política, só nos resta lamentar e acolher aqueles que ainda acreditam que podem fazer a diferença.

 

Reforço que a decisão partidária é unilateral, mas que não me submeterei ao leilão que estão tentando me impor”.

 

Márlon Reis

Candidato ao Governo do Tocantins

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