Em entrevista ao canal do apresentador Datena, no Youtube, nesta quinta-feira, 16, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, acredita que o novo Código Eleitoral, aprovado na Câmara dos Deputados, será barrado no Senado. No entendimento do parlamentar, a matéria deve ser debatida apenas no ano que vem, por se tratarem de "mudanças profundas".
Na avaliação do emedebista, o tema é polêmico não pelo mérito só, mas também pela oportunidade. “Estamos a menos de 20 dias do fim do prazo para que as mudanças eleitorais possam ter efeito em 2022”, observou.
Para valer já no pleito de 2022, o novo Código Eleitoral precisa ser aprovado pela Câmara, pelo Senado e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro até o dia 2 de outubro.
Entre as principais mudanças estabelecidas no projeto, estão a determinação de quarentena eleitoral de quatro anos para juízes, integrantes do Ministério Público, militares e policiais; a volta da propaganda partidária em rádio e TV; e a proibição de pesquisas eleitorais na véspera e no dia da eleição.
O líder do governo no Congresso comentou que na eleição municipal de 2020, quando os vereadores foram submetidos a um modelo novo de fim de coligação, necessidade de eleição por voto próprio do partido, “uma corrente muito grande aqui na Câmara resolveu restabelecer a questão das coligações. Só que parte do Senado, considerável, entende que não é possível fazer uma mudança de última hora e mudar o mesmo critério que prejudicou os vereadores não pode ser flexibilizado agora para a eleição proporcional da Câmara e das Assembleias Legislativas", analisou o senador.
"A minha posição pessoal é que o sistema deve ser mantido da mesma forma. Qualquer mudança mais profunda no Código Eleitoral deve ser feita para as próximas eleições. O presidente Bolsonaro foi o primeiro a dizer que não há condições de impor quarentena na véspera de eleição”, defendeu o senador.
Pesquisas eleitorais
Sobre as pesquisas eleitorais, Eduardo Gomes disse ser contra a proibição de divulgação em datas específicas, mas defendeu mudanças nos critérios de produção dos levantamentos.
"Sou exemplo brasileiro vivo da inconsistência de determinados institutos e da falta de fiscalização, o que não quer dizer que é proibida a divulgação. Acho que a correção não está na data que divulga. Se dependesse de pesquisa eu não estaria falando agora como senador. Em 2014, erraram 28 pontos percentuais na minha votação, fui o senador mais votado do meu estado. Sempre brinco: 'ainda bem que instituto não fabrica remédios, mataria muita gente'. Tem que corrigir essa construção técnica, mas a divulgação pode ser feita a qualquer momento, é reflexo do que o povo acha, é democrático."
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