Willamara Leila, ex-desembargadora do Tribunal de Justiça (TJ) do Tocantins que foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), defendeu ser inocente em artigo escrito por ela e publicado pelo Jornal Diário da Manhã, de Goiás. Ela jura inocência, diz que aprendeu com o pai a "não tirar uma moeda de ninguém" e que no processo da Operação Policial ‘Maet’, que resultou no seu afastamento, não há uma prova contra a conduta dela. Willamara afirma ter sido alvo de uma perseguição política orquestrada pelo grupo do governador, com ajuda de colegas seus do judiciário.
Sem citar nomes, a desembargadora dá a entender ter sido perseguida por Siqueira Campos, Eduardo Siqueira e Kátia Abreu. Ela elogia Marcelo Miranda e Carlos Gaguim como dois governadores que souberam respeitar as intituições e contribuiram para dotar o judiciário de infraestrutura física e de um Plano de Cargos e Carreira justo.
Relata que os presidentes anteriores a ela tiveram muitas dificuldades porque "quase todos passaram pelas mãos de um ditador, um coronel que até hoje se acha dono, Senhor Absoluto do Estado". Mas, que na sua época, o governador que estava no cargo "era e é uma pessoa humilde, um ser humano que sabe respeitar as instituições. Mas estava combalido, sofrendo um processo terrível, que culminou com a sua cassação".
Quando veio a cassação deste, Willamara relata que "o governador eleito, para nossa sorte, também sabia e sabe respeitar as instituições. Ele se colocou, à época, totalmente sensível aos problemas endêmicos do Judiciário".
No artigo, Willamara Leila disse que assumiu o TJ em condições adversas, mas que apesar disso fez um ótimo trabalho, mesmo tendo encontrado as “comarcas em uma situação estarrecedora”. Ela conta que sofreu problemas de saúde e que até hoje já foram milhares de comprimidos.
A desembargadora aposentada discorreu sobre a felicidade pela criação da Diretoria de Obras à época da sua gestão e com isso a inauguração de 10 Fóruns em 2010, mas que tinha ainda mais trabalho, pois faltavam 20 prédios para inaugurar em janeiro de 2010. Lembra que o TJ fervilhava com as obras, "mais de 60", mas que antes disso, em outubro de 2010, "o ditador" voltou com uma ordem pedindo o seu afastamento.
"As eleições trouxeram de volta ao cenário político, aquele que jamais aceitou que alguém pudesse construir ou mesmo realizar qualquer coisa que fosse em seu Estado. Ao contrário dos dois outros governantes, contemporâneos da minha gestão e respeitosos para com as autoridades constituídas, o Ditador veio com a ordem de me afastar do meu cargo", disse.
Afirmou que este governador contou com o apoio do filho e de uma senadora e apoio de colegas dela do TJ e do Executivo. "Eu não poderia inaugurar as obras e deveria ser humilhada publicamente, a fim de afastar qualquer pretensão política (que eu nunca tive...)", diz.
Lembrou-se da Operação Maet e disparou: "desafio qualquer um a apresentar em público uma contradita do que ora afirmo. Ao contrário, as provas existentes nos autos me são todas favoráveis. Na esteira de um livro recém publicado, não temo em afirmar: Assassinaram minha reputação".
Willamara Leila afirma que descobriu “naquele dia que não estamos seguros. Mesmo estando certos! Pode ser uma autoridade ou cidadão, na perseguição política isso não faz diferença". Para ela, não existem palavras que definem o que passou e afirma que roubaram sua vida.
A desembargadora aposentada disse que "mesmo com o tempo trazendo notícias favoráveis contra a terrível injustiça que cometeram contra mim, estou frágil".
Ao afirmar que seu pai a ensinou “a respeitar as pessoas e as coisas alheias”, disse que apesar de todas as acusações que quase destruíram a sua vida, está forte, lutando e que vai conseguir provar a sua inocência.
Confira o artigo na íntegra.
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