Em carta, Siqueira responde discurso de Amastha e desmente alianças "inimagináveis"

Em longa carta, Siqueira responde discurso feito por Carlos Amastha em Araguaína, no qual o prefeito antecipava uma possível aliança entre Siqueira e Marcelo Miranda...

Siqueira se manifestou por meio de nota nesta 2ª
Descrição: Siqueira se manifestou por meio de nota nesta 2ª Crédito: Da Web

O ex-governador Siqueira Campos se manifestou por meio de nota à imprensa nesta segunda-feira, 29, em resposta à possibilidade de uma aliança com o governador Marcelo Miranda, que foi levantada pelo prefeito e pré-candidato ao governo do Estado, Carlos Amastha em visita a Araguaína no sábado, 27. A possibilidade da referida aliança foi reforçada em discurso do presidente do MDB, Derval de Paiva - e posteriormente em entrevista do mesmo ao T1 Notícias - durante reunião da Executiva do MDB. No mesmo encontro, o governador Marcelo Miranda admitiu que disputará a reeleição.

 

Siqueira não respondeu diretamente a Derval de Paiva, nem fez referência a Marcelo Miranda, mas descartou a possibilidade de fazer "alianças impossíveis ou inimagináveis".

 

Ouvido pelo T1 Notícias por telefone, o deputado Eduardo Siqueira Campos negou que a nota tenha intenção de responder o presidente do MDB, ou o governador Marcelo Miranda. "Meu pai não responderia assim ao bom e velho amigo Derval de Paiva. Esta resposta é única e exclusiva ao senhor Carlos Amastha, que é muito bom em jogo de palavras", disse o deputado.

 

Eduardo ressalta que também não caberia ao governador qualquer pecha de oportunista, uma vez que Miranda está exercendo seu direito à reeleição. "O que acabou foram os ataques pessoais. Meu pai não está em 2006, mas em 2018. Ele não é candidato a governador. Mas nem por isso responderia com grosseria a uma declaração do governador que está aberto ao diálogo", finalizou Eduardo Siqueira.

 

Confira na íntegra a carta do ex-governador:

 

Carta aos homens e mulheres tocantinenses:

 

O nosso Estado, o Tocantins que juntos criamos e amamos, precisa de um Projeto e não de jogo de palavras ou frases de efeito.  A minha luta pelo Tocantins sempre foi e será incansável. O povo não se cansa em ver alguém que trabalha de verdade, que sonhou e realizou, juntando as mãos e as ideias e colocando projetos em prática, buscando tornar a vida do nosso povo melhor. Aí está a diferença entre estar velho e ser velhaco, em ter uma oportunidade, diferente de ser um oportunista. A minha pré e possível candidatura ao Senado depende de Deus e da vontade do povo, dos meus companheiros e de quem sempre acreditou em mim, somente. A democracia exige de todos nós, no mínimo o respeito. Por isso eu respeito aqueles que  aprenderam a conviver com as diferenças e divergências. Eu só não convivo com quem se conforma em ver o Tocantins entristecido, sem projeto, e com seu povo sofrido.

 

Melhoramos todos os índices de desenvolvimento nesses 30 anos (IDH, Ideb, saneamento básico, água tratada, escolaridade da população, luz no campo, rodovias, casas populares, escolas, projetos sociais). Mas isso não foi feito com outro instrumento que não o trabalho, a determinação, que não acabaram em mim. Por isso, entendo que as pessoas não se cansaram e não se cansarão em me ver lutando por aquilo que acredito. Não será a esperteza de ninguém que vai tirar de mim, em primeiro lugar, o respeito à Deus, ao povo e à democracia. Respeito as diversas opções e as múltiplas ideias, mas aí está a diferença entre ser velho e ser velhaco. Isso é uma coisa para quem sabe usar as redes sociais entendendo que não se propaguem ataques pessoais, a honra e a biografia que cada um construiu. Os cabelos brancos, as rugas, as marcas do tempo que trago no rosto, tudo isso não me permitem cair na guerra das palavras, no truque das postagens. Sou velho, sim eu sou, porque Deus permitiu. Mas continuo o Siqueira que alguns chamam de aroeira, continuo o Siqueira que alguns chamam de duro, continuo o Siqueira que não se cansa de trabalhar pelo Tocantins. E continuarei assim. E para os que pensam diferente, o meu respeito. E para os que me atacam covardemente, o meu silêncio, o meu desprezo.

 

Seguindo em frente, a minha existência no Tocantins vai transpor a minha vida. O meu nome continuará ainda que eu morra. Porque se algo fiz em minha vida, foi dedicar-me ao Tocantins de corpo e alma, de forma direta, franca, honesta, olhando para os olhos de minha gente, sem jamais perder o brilho nos olhos, sem jamais deixar de sonhar, mas com os meus pés plantados no chão e com meus braços e mãos sempre trabalhando, seja em projetos, obras e realizações, que fizeram desse Estado ser o que ele é. Talvez por isso alguém queira governá-lo. Não sou candidato a Governador. E diria aos que pretendem: Apresentem suas ideias, apresentem seus projetos, e não se preocupem tanto com o meu nome. Pois certamente, o povo está cansado de gente esperta, que tem a oportunidade, mas não resolve os problemas.  A solução tem que ser verdadeira, e não em palavras nas redes sociais e nem em alianças inimagináveis, ou impossíveis. Não é esse o meu papel para com o Tocantins.
O povo sabe e me conhece, o Tocantins inteiro me conhece. E repito. Sou velho, mas não sou velhaco.

 

José Wilson Siqueira Campos

Ex-governador do Tocantins

 

(Matéria atualizada e corrigida às 13h10)

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