Em entrevista, Kátia Abreu diz que ministro da Saúde está 'meio perdido'

No entendimento da senadora, também não há clima entre parlamentares para o impedimento do presidente Jair Bolsonaro e pediu tratamento igualitário entre os estados.

Senadora Kátia Abreu
Descrição: Senadora Kátia Abreu Crédito: Reprodução

Durante entrevista concedida ao portal de notícias UOL, neste sábado, 2, em sua fazenda, no município de Aliança do Tocantins, onde está em isolamento por causa da pandemia, a senadora Kátia Abreu (PP) disse que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, “está meio perdido”. Kátia justificou a crítica com base na postura do ministro durante audiência pública,  para falar dos planos para o enfrentamento da Covid-19. "Não posso deixar de registrar que eu e vários colegas achamos que ele está um pouco perdido no meio do 'tiroteio' ", avalia a senadora.

 

“Não dá para falar: governadores, a peteca está com vocês. Não, porque quem está enxergando o avanço da pandemia é quem tem a visão de cima, o Ministério da Saúde. Cadê o planejamento geral? Eu perguntei: ministro, usando uma palavra técnica, qual é o protocolo, meu amigo? Qual protocolo o senhor tem para os governadores? O protocolo significa o seguinte: como vamos tratar a pneumonia? Distribui para o hospital do SUS e o secretário do estado vai, então, organizar esse protocolo que já foi testado pela ciência, pela academia e sabe como tratar a pneumonia”, relatou a senadora durante a entrevista.

 

Reconheceu, no entanto, que o currículo do ministro é muito bom, mas ele ainda está perdido no que diz respeito a essas medidas.

 

Impeachment

 

No entendimento da líder da bancada tocantinense no Congresso,  não há clima entre parlamentares para o impedimento do presidente Jair Bolsonaro. Sugere, no entanto, que ele não se contente em agradar apenas os 30% de brasileiros que, segundo as pesquisas, se mantêm em suas fileiras. 

 

Kátia Abreu avaliou que em meio à crise financeira e sócio-sanitária aparece uma crise política. “E isso ocorre quando há uma crise entre presidente e governadores, por exemplo, o que acontece com a população nessa hora?”, questiona. E acrescenta que briga política está gerando um resultado social ao afirmar que metade cumpriu o isolamento, metade não.

 

“O último impeachment está muito fresco, as feridas ainda estão abertas, nós tivemos prejuízos enormes, não vejo essa disposição, não vejo esse ânimo dos parlamentares; existe a possibilidade de impeachment? claro, está na Constituição. Já fizemos dois depois da redemocratização, mas isso traz consequências”, ponderou

 

Economia

 

Kátia destacou que os governadores e prefeitos estão na mesma situação, tendo que realizar cortes nas receitas e arrecadação em 30%. “O que nós queremos é substituir essa perda, esse é o princípio que deverá nortear esse projeto. O relatório preliminar do Senado fugiu bastante dessa compensação, tirou esse princípio e quer organizar outros pilares, quero saber se isso vai contemplar todo mundo”, sustentou.

 

Ela defende que o Senado deva fazer essa divisão da ajuda aos estados e municípios de forma justa. “Se o presidente Bolsonaro não gosta do governador do estado tal, detesta o governador do estado A, eu não tenho nada com isso, não podemos apequenar a discussão, temos que agigantar a discussão, temos que ter espírito público, calma, tranquilidade e muito espírito de justiça para poder fazer um trabalho a contento e que agrade todos”, sugeriu.

 

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