Em Gurupi, Simoni diz ser “escárnio” candidatura de Lula e faz declarações polêmicas

César Simoni afirmou não ter “projeto pessoal” e se posicionou a favor da legalização do porte de armas de fogo, contra o aborto e contra o ensino da identidade de gênero nas escolas

Candidato foi o terceiro a ser ouvido em evento da Acig e CDL
Descrição: Candidato foi o terceiro a ser ouvido em evento da Acig e CDL Crédito: Romilton Messias

Com perguntas direcionadas ao desenvolvimento econômico do Estado, temática alvitrada pela Acig e CDL, nesta quarta-feira, 29, terceiro dia da rodada de conversas da “Semana Política”, o auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas, em Gurupi, sediou encontro entre o empresariado e o ex-secretário estadual de Segurança Pública, promotor aposentado, e hoje candidato a governador, César Simoni (PSL). O postulante que é “figura” de Jair Bolsonaro no Tocantins, defendeu seu programa de Governo, afirmando que, se eleito, fará uma gestão estadual marcada por três eixos: austeridade, eficiência e transparência.

 

Nos minutos iniciais de sua fala, César Simoni afirmou não ter “projeto pessoal” e se posicionou a favor da legalização do porte de armas de fogo, contra o aborto e contra o ensino da identidade de gênero nas escolas. O candidato justificou também seu apoio ao presidenciável de extrema direita. “Eu apoio Jair Messias Bolsonaro nas propostas dele, em quase tudo que ele diz, porque é o que o Brasil precisa”.

 

Com tom de indignação, o candidato do PSL opinou que serve de “escárnio” mundial a candidatura do ex-presidente Lula (PT). “Colocar um candidato condenado em segunda instância, como candidato a presidente do Brasil, é um escárnio para o mundo”. Entre os assuntos polêmicos abordados por Simoni, está o porte de arma de fogo. “É evidente que uma arma não se entrega para um cidadão, ele vai ter que passar por um exame psicológico, um treinamento, vai fazer academia de tiro. Eu duvido que se uma mulher estiver com um revólver 38 na mão, um vagabundo que quer estuprá-la e depois matar, vai ter coragem?”, frisou.

 

Confira algumas falas do candidato no evento por tema:

 

Agronegócio

 

“Somos um Estado vocacionado para o agronegócio, estamos apenas exportando ‘Commodities’ (significa mercadoria em inglês), mas não agregamos valores a eles”. Segundo Simoni, alguns países como os Estados Unidos obtêm lucros altíssimos somente como atravessadores no mercado de commodities agrícolas. São principalmente minérios e gêneros agrícolas, elementos de vital importância no que se refere ao funcionamento da economia, tanto em termos locais quanto em nível global. As commodities são negociadas em bolsas mercadorias, portanto, seus preços são definidos em nível global, pelo mercado internacional, a baixos valores. “É muito importante continuar investir no agronegócio, trazer os investidores, para agregarem esses valores aqui, mas eles precisam ter garantia jurídica, precisam saber que o Governo começa e o mesmo Governo termina. Os últimos três Governos, nenhum terminou”.

 

Extração de minérios

 

“Precisamos investir no subsolo do Tocantins, gerar empregos e renda. Porque não extraímos minérios de todos os tipos? Temos ferro, ouro, uma reserva gigantesca de prata na região do Jalapão. Temos nióbio, que irá valer mais que ouro. Eu fiz uma pesquisa e descobrir que, no Tocantins, quase todo o Estado está com reservas de mercado por grandes mineradoras, e muitos investidores estrangeiros, que fizeram disso aqui, um quintal, ‘é nosso, e ninguém mexe’. Bolsonaro eleito, a primeira coisa que irei solicitar, é para que ele acabe com essas reservas, não haverá mais nenhuma, tem que abrir mercado para que tragam para nosso Estado, seus equipamentos [...], e com isso, tenhamos outra fonte de empregos e renda, que é a extração de minérios do subsolo, respeitando o meio ambiente”.

 

ICMS da Energia Limpa

 

“O Tocantins é privilegiado, o sol é praticamente o ano todo, temos que investir extremamente e maciçamente na energia solar. Eu vejo no nordeste, na divisa entre Piauí e o Ceará, a quantidade de cata-ventos, gerando energia, mas o Tocantins não possui ventos suficientes para isso. Qualquer governo com o mínimo de inteligência teria que fomentar, desonerar o quanto puder, e isentar se for preciso, para que o Estado se torne um grande investidor de energia solar e, porque não, o maior investidor mundo, temos tudo para isso”.

 

Hidrelétricas

 

“O que as hidrelétricas fazem? O que aconteceu com Palmas? Eu moro lá desde 1990, tivemos o aumento da temperatura em três graus, qual benefício que isso traz para nós palmenses? Nenhum! Temos hidrelétricas em Peixe, em Eduardo Magalhães, e agora tem uma que está dividindo o Tocantins com o Maranhão, mas o grande lago fica do lado do nosso Estado. O que isso contribuiu para as empresas, indústrias e para os cidadãos? Nós perdemos terras agricultáveis, aumentamos a temperatura devido à vaporização, e qual benefício nós tocantinenses temos? Nenhum! Eu não teria feito esses acordos, que não deixaram nada para o Tocantins. Não gera empregos, é meia dúzia de ‘gatos pingados’ trabalhando, e aqueles que trabalharam lá atrás, já foram embora, mas os tocantinenses da gema, esses não tiveram benefício nenhum”.

 

Agricultura e Pecuária

 

“O Tocantins quer projetos sérios. O investidor quer lucro, quer garantia de seus negócios, para poder expandir. E se o Estado quer que eles venham para aqui, precisam dar condições. Então é quando entra a segurança pública, a qualificação de mão de obra com as Escolas Técnicas, é um conjunto de medidas, que irão tornar viável, para que venham investir no Tocantins. Mas primeiro é preciso que tenha um Governo sério, ninguém vem para aqui, sabendo que o Governo começa, mas não termina. Hoje o nosso Estado é tão desprezado pela União Federal. O Tocantins só é notícia nacional, quando caí o Governador, ou o outro está sendo processado, espera ai, porque não tem notícia boa?”.

 

Novos investidores

 

Ao final da terceira rodada de conversas, Simoni reforçou que, para atrair novos investidores para o Estado, é preciso “garantir segurança jurídica”, afiançar que não irão “receber somente 50%” do trabalho realizado, e que auferirão “no prazo anexado no contrato”, empenhando assim, confiança aos investidores, para que estes se instalem no Estado. O pré-candidato a governador concluiu dizendo que irá “desonerar o que for possível, na carga tributária, para dar condições aos investidores”.

Comentários (0)