Em nota governo nega ter demitido aliados de Freire Jr. em retaliação à crítica

A secretaria de Relações Institucionais encaminhou nota ao portal T1 Notícias, em resposta às acusações feitas na tribuna da Assembléia Legislativa nesta manhã pelo deputado Freire Jr

Governador Siqueira Campos
Descrição: Governador Siqueira Campos Crédito: Lourenço Bonifácio

O deputado do partido do governador, e ex-líder do governo na Casa, acusou o governo de ter promovido duas exonerações a indicados seus, como forma de retaliação pelas críticas tecidas por ele ao governo na semana que passou, quando solicitou em sessão a inclusão nos anais da Casa de um artigo publicado no Portal T1 Notícias pela jornalista Roberta Tum.

 

O artigo comentava trechos de uma entrevista coletiva do governador e analisava o peso do apoio do governo na derrota do candidato Marcelo Lelis (PV) na disputa eleitoral da capital.

 

Confira a íntegra da nota encaminhada

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em relação ao questionamento deste veículo de comunicação, o governo do Estado informa o seguinte:

- A carta do governador Siqueira Campos à Assembleia Legislativa foi apenas uma manifestação pessoal e política do gestor, que exerceu o direito de se expressar de forma constitucional.

- Em relação à reclamação do deputado Freire Júnior, o governo do Estado informa que as mudanças realizadas em cargos de confiança foram feitas dentro da necessidade da gestão e nada têm a ver com qualquer outro episódio.

- Por lei, as nomeações de cargos de confiança são de competência exclusivamente do governador do Estado e as substituições são normais no serviço público, podendo ocorrer a critério do gestor.

 

Núcleo de Comunicação da Secretaria de Relações Institucionais

 

O que foi publicado

 

O líder do governo, deputado Osíres Damaso (DEM), leu na tarde desta quarta-feira, 31, na tribuna da Assembleia Legislativa, ofício encaminhado pelo governador Siqueira Campos (PSDB) a respeito do editorial “Nas entrelinhas do discurso do Siqueira que não perdeu e nem ganhou as eleições”.

 

No documento que destacou como assunto: esclarecimentos relativos à matéria nos anais da Assembleia a requerimento de parlamentar, o governador diz que:

 

Senhor Líder do Governo,

Do pouco que aprendi, formei convencimento de que o importante e definitivo não é aquilo que a gente diz em certas circunstâncias.

O importante para muitos é a interpretação que certas pessoas dão ao que a gente diz, ainda que em certas circunstâncias.

Assim, é que quero registrar, através da forma que Vossa Excelência entender melhor, o que eu disse à imprensa e o que foi interpretado ao sabor da conveniência de certas pessoas.

Eis o que falei naquela ocasião e volto a repetir:

1.       “Não perdi, não ganhei, pois não fui candidato nem dirigente partidário. Eu somente estive em palanque para o qual fui convidado.”

2.       “Como habitante de Palmas, digo que a cidade perdeu. O candidato Marcelo Lélis era a melhor opção. A Marcelo Lélis a cidade e o povo palmense devem muito pelo belo paisagismo e pela excelente contribuição ao projeto urbanístico.”

Sou habitante e eleitor de Palmas que existe nestas planícies, entrecortadas de platôs, porque aqui decidi construí-la.

O seu nome Palmas foi dado por mim.

De tudo tenho muito orgulho, muita honra, principalmente por haver chegado aos 84 anos e, desde aquele 20 de maio de 1989 até hoje, vir presenciando o entusiasmo de sua propulação que aumenta a cada dia.

Cada homem e cada mulher, principalmente crianças e jovens, participaram e continuam participando ativamente de sua construção.

Será que não posso dizer aquilo que penso?

Será que não posso, mesmo como habitante, mesmo como eleitor, dizer o que sinto?

Em que teria eu ofendido alguém?

Não posso censurar quem votou contra o candidato do PV e de sua coligação. No entanto, esse foi um voto errado no meu entendimento.

E eu tenho o direito constitucional de dizer o que disse e da forma que disse.

E eu disse de forma correta, respeitosa: a cidade perdeu!

Este é o meu entendimento.

Pelo jeito querem me bitolar. Isto nem os pistoleiros do Norte Goiano nem a polícia de Goiás nem o governo militar conseguiram.

Ao enviar-lhe estes esclarecimentos, o faço em respeito à Assembleia, à opinião pública e à verdade.

Envio-lhe, ainda, cópia do processo relativo à proposta que o Senhor Borges da Silveira e o seu filho fizeram, os dois, pessoalmente ao Secretário de Estado da Educação e aos seus auxiliares.

Necessário esclarecer que o assunto em tela, de custo elevadíssimo, um negócio privilegiado para pai e filho, não foi tratado comigo.

Ao agradecer a acolhida e a inserção deste ofício nos anais dessa Augusta Casa, reitero-lhe os meus protestos de elevado apreço e alta estima.

José Wilson Siqueira Campos
Governador do Estado

 

O ofício causou resposta do deputado Freire Jr. (PSDB), que havia solicitado a inclusão do editorial nos anais da AL. Segundo o deputado com o ofício o Governo não responde o editorial e sim marca posição na AL. "Se fosse para responder, que respondesse à imprensa. É uma forma de marcar posição em cima de um deputado", declarou Freire Jr., durante a sessão da manhã desta quinta-feira, 1º.

Confira o ofício encaminhado à AL nos anexos. 

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