Espaço para mulheres na política ainda tem número ínfimo de representações

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, dos quase 373 candidatos a vereador de Palmas nas eleições de 2016, somente 108 eram mulheres.

Senadora Kátia Abreu
Descrição: Senadora Kátia Abreu Crédito: Divulgação

O Brasil é reconhecido pelo baixo índice de mulheres na política. Mesmo porque a sobrecarga de atividades e os cuidados com os filhos, principalmente, fazem com que muitas mulheres fiquem longe da política ou não consigam participar, envolverem-se mais. Os Partidos ainda são formados em sua maioria por homens; a maioria os políticos eleitos também são homens, apesar de o eleitorado ser composto por mais mulheres. Conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulhrees representa 53% do total de eleitores no Brasil.

 

Os partidos políticos são obrigados, por lei, a reservar um percentual mínimo de representação para as mulheres, porém isso ainda não é totalmente realidade. De acordo o TSE, dos quase 373 candidatos a vereador de Palmas nas eleições de 2016, somente 108 eram mulheres.

 

O T1 Notícias ouviu algumas das mulheres que fazem parte ativamente do cenário político tocantinense, e elas defendem que é preciso mais união para haver igualdade na política.

 

Pouca representatividade no executivo

A baixa representatividade de mulheres também se estende aos espaços de comando em Palmas. Colaborando com a gestão do Estado e da capital temos a vice-governadora Cláudia Lelis e a vice-prefeita Cinthia Ribeiro. O Palácio do Araguaia conta com cinco gestoras do total de 14 pastas. São elas: Kenia Borges (Secretaria de Comunicação), Meire Carreira (Meio Ambiente), Wanessa Sechin (Educação) Gleide Braga (Cidadania e Justiça) e Patrícia Amaral (Setas). Já a prefeitura de Palmas possui apenas uma mulher no secretariado: Raquel Oliveira (Secretaria de Comunicação), de um total de 15 secretarias, sem contar autarquias e fundações.

 

Ao T1 Notícias a vice-governadora Cláudia Lelis disse acreditar que falta mulheres votarem nas candidatas mulheres. “Hoje, cerca de 54% do eleitorado tocantinense é composto por mulheres, então se houvesse uma união para que as mulheres votassem umas nas outras conseguiríamos efetivamente uma mudança no quadro político estadual, e também no nacional”, afirmou.

 

Cláudia explicou ainda que atualmente a cota feminina, ou seja, entre todos os candidatos concorrendo por determinado partido, 30% precisam ser mulheres. “Mas, somente essa ação não resolve o problema, precisamos é que efetivamente 30% dos cargos sejam por lei, ocupados por mulheres”, destacou.

 

“Esse tratamento diferenciado é necessário porque existe uma desigualdade histórica, uma lacuna muito grande na história, onde as mulheres ficaram subjugadas, e somente na década de 30 obteve o direito de votar, ou seja, é muito recente e por isso é necessário nesse primeiro momento uma medida mais radical para se conseguir esse equilíbrio!”, acrescentou a vice-governadora do Estado.

 

Cláudia ressaltou ainda que “homens e mulheres são diferentes, porém é preciso ser igual nos direitos! Por isso é importante o equilíbrio nas câmaras e assembleias.  Existe uma dívida histórica da sociedade brasileira com as mulheres e está na hora de acertamos essa conta”.  

 

Já a vice-prefeita Cinthia Ribeiro afirmou que a participação tímida da mulher na política se deve ao fato da prática ser contrária ao que determina a legislação. "Falta fazer o que de fato a legislação já determina e que na prática não funciona bem assim. Principalmente no que diz respeito às politicas partidárias. A primeira dificuldade que as mulheres enfrentam é de estarem filiadas de quererem fazer essa politica partidária", considerou.

 

Menos ainda no Legislativo local

Na Câmara de Palmas, elas são duas de um total de 19 vereadores. O Portal T1 Notícias procurou as parlamentares para opinarem sobre o que falta para as mulheres conquistarem mais espaço na política.

 

Segundo a vereadora Vanda Monteiro “falta as mulheres tomarem essa decisão. Falta as mulheres empoderarem-se. Reconhecerem que, como em tantas outras áreas em que adentraram com sucesso, a política também precisa de mulheres”, destacou.

 

Na Assembleia Legislativa do Tocantins as mulheres ocupam quatro cadeiras dos 24 assentos.

 

Para a deputada estadual Luana Ribeiro “fazer política sendo mulher não é fácil. Existem muitos desafios, desde o ambiente político que é um ambiente muito masculino, à dificuldade de abdicar de alguns afazeres domésticos e da família para se dedicar às sessões, às viagens aos finais de semana, ao trabalho diuturno em prol do coletivo”.

 

Para a também deputada estadual Amália Santana "o que falta é ativismo político. As mulheres estão tão envolvidas na dupla jornada de ser trabalhadora e dona de casa que  não tem tempo e nem apoio para lutar por causas relevantes.  A falta de apoio no envolvimento das mulheres na política e isso faz com que sejamos minoria", avaliou.

 

A deputada federal e primeira dama do estado, Dulce Miranda, avaliou que "os homens não devem ver essa reflexão com uma ameaça e sim como um fortalecimento da política. É injusto termos poucas mulheres no poder". 

 

Senado apenas uma representante

São apenas 12 senadoras em meio aos 81 senadores. A representante feminina do Tocantins no Senado o Tocantins é apenas a Senadora Kátia Abreu.

 

Para a senadora “falta muito para alcançar a equidade de gênero na política.  Apenas as cotas de candidatura não resolvem o problema e nem equiparam a participação das mulheres   com a dos homens. Infelizmente, nós mulheres sofremos discriminação em alguns detalhes como, por exemplo, no financiamento de campanha uma vez que temos muito mais dificuldade”, avaliou.

 

 

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