Esquema de corrupção na Câmara de Augustinópolis pagava "mesadinha" de até R$8 mil

Houve quebra de sigilo bancário e telefônico dos suspeitos, determinado pela Justiça. A Polícia pediu o afastamento dos vereadores dos cargos, prisão temporária dos mesmos e condução coercitiva

Justiça determinou afastamento de investigados: suplentes devem assumir
Descrição: Justiça determinou afastamento de investigados: suplentes devem assumir Crédito: Divulgação

Dos onze vereadores da Câmara de Augustinópolis, cidade no Bico do Papagaio, dez foram alvos da Polícia Civil na Operação Perfídia, deflagrada na manhã desta sexta-feira, 25, suspeitos de receber valores de R$1 mil a R$8 mil em propina paga por agentes públicos da Prefeitura daquele Município. As informações são do Ministério Público Estadual (MPE) que participou da ação.

 

Foram expedidos pela Justiça, após apuração de notícia-crime que desencadeou a operação, 10 mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e condução coercitiva contra parlamentares e agentes públicos da Prefeitura da Augustinópolis. São citados: Ângela Maria Silva Araújo de Oliveira, Antônio Barbosa Sousa, Antônio José Queiroz dos Santos, Antônio Silva Feitosa, Edvan Neves da Conceição, Francinildo Lopes Soares, Marcos Pereira De Alencar, Maria Luisa de Jesus do Nascimento, Ozeas Gomes Teixeira, Wagner Mariano Uchôa Lima, Paulo Esse da Silva Ramos, Pedro Coelho Amaro Junior, Câmara de Vereadores do Município de Augustinópolis (TO) e Prefeitura Municipal de Augustinópolis (TO). Dois parlamentares ainda estão foragidos.

 

Conforme consta em denúncia da Polícia Civil à Justiça, "membros da Casa de Leis local, em razão do cargo eletivo que ocupam, receberiam vantagens indevidas consistentes no pagamento mensal de determinados valores com variação de R$ 1.000,00 (mil reais) até aproximadamente R$ 8.000,00 (oito mil reais) – sendo que os valores seriam diferenciados e determinados em razão da força política que exercem dentro da estrutura administrativa e social".

 

As prisões dos vereadores foram determinadas pelo Poder Judiciário a partir de investigações de esquema de corrupção na aprovação de projetos de lei encaminhadas pelo Chefe do Poder Executivo Municipal e que acarretou um prejuízo ao erário local de, aproximadamente, 1,5 milhão de reais.

 

“Os vereadores cobravam valores do governo de Augustinópolis para a aprovação de projetos de lei de interesse da cidade. Além do valor pago mensalmente, a Lei Orçamentária Anual só foi aprovada no final de 2018 mediante pagamento prévio”, declarou o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Augustinópolis, Jacson Wutke.

 

As investigações ainda apontaram que o “acordo” foi negociado, gerenciado e liderado pelo Vereador Edvan Neves da Conceição (PMDB), com nome na urna “NEGUIN DA CIVIL”, e outros foram citados recebendo o dinheiro do esquema "mesadinha".

 

A Prefeitura de Augustinópolis, através de agentes públicos que foram chamados a prestar esclarecimentos, é que fazia os pagamentos.

 

Houve quebra de sigilo bancário e telefônico dos suspeitos, determinado pela Justiça.  A Polícia pediu o afastamento dos vereadores dos cargos, prisão temporária dos mesmos e condução coercitiva dos agentes públicos da Prefeitura.

 

O MPE já informou que os suplentes de vereadores devem assumir os cargos eletivos.

 

O T1 informa a todos os citados na matéria que o espaço está aberto para que manifestem defesa, caso seja de interesse.

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