Ex-presidente diz que após golpe que a tirou do cargo, direção briga entre si

Ela acusa a atual Direção do PSOL de a tirar do cargo num golpe que a obrigou a renunciar, mas que agora esse mesmo grupo briga entre si. Secretário admite que há desentendimentos...

Bernadete Aparecida Ferreira
Descrição: Bernadete Aparecida Ferreira Crédito: Reprodução/Facebook

A ex-presidente do PSOL, Bernardete Aparecida Ferreira, falou ao Portal T1 Notícias na manhã desta segunda-feira, 16, sobre sua saída da presidência do partido e a crise vivida pelo grupo que ela acusa de tê-la tirado do cargo. A ex-presidente afirma que o PSOL se perdeu e que depois de o grupo atual tê-la tirado do cargo, num golpe, agora eles brigam entre si.

“É uma pena que o pessoal do partido de esquerda tenha iniciado com práticas iguais aos partidos tradicionais. A nível nacional estão tentando corrigir. Espero que essa mudança também aconteça no Tocantinense”, disse. Segundo informou Bernardete, o atual grupo do Diretório do PSOL no Tocantins adiantou-se às convenções de mudança e se declararam os líderes do partido, obrigando-a a renunciar ao cargo. “Não precisava que o grupo assaltasse o partido”, disparou.

Segundo Bernardete, assim que “esse grupo foi lá no TRE [Tribunal Regional Eleitoral] e colocou o nome deles como Diretoria”, imediatamente, “eu fui saber se eles tinham resolvido os problemas jurídicos deles. A forma que foi tomado o PSOL é ilegal”. Agora Bernardete disse que deve comunicar ao TRE que não quer receber comunicações em nome do PSOL e deve, inclusive, se desfiliar do partido.

Segundo a ex-presidente, o grupo atual chegou a falsificar sua assinatura em um ofício direcionado a uma rede de televisão regional, para inserir um programa de interesse do grupo no espaço destinado a inserção do partido na grade televisiva. “Iríamos focar nas lutas [Educação], mas a pessoa foi lá e tentou inserir um programa dele, falsificando a minha assinatura. Não vou dar nomes, ele sabe e todo mundo também soube” e alfinetou: “agora eles brigam entre si”.

Na carta pública de Bernardete, ela afirma que, mesmo sendo tirada do cargo, cumpriu seu dever de repassar todas as informações necessárias ao novo grupo. Ameaçou entrar com uma denúncia contra o Diretório do PSOL por calúnia e ir ao TRE pedir reparação pelo vexame público.

Bernardete deixou a presidência do PSOL ainda no ano passado, quando disse que se viu obrigada a renunciar.

 

Diretoria admite

O secretário-geral do PSOL, Cássius Assunção, admitiu que o PSOL está passando por desentendimentos: “a questão interna do partido são posicionamentos que alguns colocam contra outros, mas como o partido é democrático a gente busca resolver tudo no voto”. Perguntado se o PSOL está em crise ele disse: “são posicionamentos de opiniões, acontece em todos as agremiações”.

Sobre as declarações de Bernadete, o secretário disse que o grupo atual ganhou a Diretoria no voto. “Fomos à plenária, delegamos e ganhamos numa disputa interna. De lá para cá viemos crescendo”.

Sobre a falsificação de assinatura, o secretário garantiu que desde que a nova Diretoria assumiu, em janeiro, isso não aconteceu. “E eu acredito que antes também não. Se houve de dezembro para trás, essa direção não fez parte disso”.

 

Veja a carta pública da ex-presidente:

Declaro publicamente que ao ter sofrido tapetão no PSOL e os novos dirigentes golpistas terem assumido a nova direção e terem confirmado publicamente que eram a nova diretoria, inclusive em programa de televisão, repassei como era de meu dever, senhas de e-mail e blog de utilização publica do partido para 4 pessoas que vieram até mim pedí-las com a cara lavada de me pedir para ficar no PSOL do lado deles, depois de terem falsificado minha assinatura em documento, filiado pessoas que não tem nada a ver com nossa prática e ideiais partidários, e de terem promovido um verdadeiro festival de práticas ilegais e fraudulentas durante o período congressual. Entreguei as senha para Fábio, Luzimar, advogado Marcelo e havia uma quarta pessoa que não me recordo quem, pois vieram como novos dirigentes. Estranhei a ausência da nova presidenta.
Pois bem, neste momento, recebo informações de várias fontes, inclusive escritas de membros da direção partidária de Palmas que internamente nos encontros e plenárias alegam que não conseguem fazer nada porque eu não repassei instrumentos de comunicação e outras coisas. Muito bem: esta é verdade.
Estudo direito, sei que calúnia é crime, que posso responsabilizar pessoas mediante queixa. Para mim, basta este vexame público. Porém, se não houver uma reparação, vou adiante.
Para mim, PSOL no Tocantins já era há muito tempo. Abram novos e-mails, forme outro blog e deixem de brigar entre si, que é o que na verdade está acontecendo. Se juntaram na palhaçada comum nacional e agora querem correr atrás do prejuízo, mas SEM FORMAÇÃO, apenas com a politicagem de qualquer partido de direita.
Estou na luta e EXIJO respeito. Não faço as práticas viciadas e doentias politicamente que vocês.
Esta semana ainda visito o TRE do Tocantins para saber a real situação do PSOL-TO e exigir reparação.


Bernadete Aparecida Ferreira

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