O deputado federal Carlos Gaguim (Podemos- TO), um dos alvos da 6ª fase da Operação Ápia, deflagrada nesta quarta-feira, 13, pela Polícia Federal, se manifestou à imprensa por meio de nota, pontuando esclarecimentos sobre seu depoimento à PF. O deputado foi mencionado em Acordo de Colaboração Premiada pelo empresário Rossine Ayres Guimarães, proprietário da Construtora Rio Tocantins. Na nota o deputado explicou que no período em que foi governador do Estado, no qual exerceu mandato tampão por 14 meses em substituição à Marcelo Miranda (PMDB) - cassado à época pelo TSE - a empresa não venceu nenhuma licitação e as obras realizadas que estavam em curso foram contratadas pelo governo anterior.
“Durante meu mandato no Governo do Estado (setembro de 2009 a dezembro de 2010), a empresa citada pelo delator não logrou êxito em vencer qualquer licitação, inexistindo contratos novos firmados neste período com a referida empresa. As obras da empresa em questão que já haviam sido licitadas e contratadas no governo anterior, não foram interrompidas e continuaram com o curso normal”.
Sobre as doações feitas pela empresa do delator ao governo do Tocantins, Gaguim, que já na época dos fatos era filiado ao PMDB, afirmou que as referidas doações foram feitas ao PMDB e que ele não recebeu nada. “Todas as doações feitas por este delator e/ou suas empresas, nas eleições de 2010, não foram para a minha pessoa, mas sim direcionadas para o Comitê Financeiro Único do PMDB, e/ou para o Diretório do PMDB. Inclusive, eu nunca tive sequer acesso as contas do PMDB, que, ademais, foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Tocantins – TRE/TO”, observou.
Refutando as acusações de recebimento ilícito através de assessores, Gaguim alegou que são apenas deduções para denegrirem sua imagem. “Desconheço que o delator tenha repassado valores através de assessores, que seriam para a minha pessoa, não passando de deduções, lançadas sem qualquer conteúdo probatório, com o único intuito de denegrir minha imagem”.
Em nota, o parlamentar ainda repudiou as denúncias que, segundo ele, tratam-se de calúnias. “Por todas essas denúncias infundadas reafirmo o meu repúdio a qualquer manifestação caluniosa e sem provas contra a minha pessoa, meramente por acordo de delação feita entre o investigado, seu defensor e o membro do Ministério Público, sem a participação do Magistrado, e com o único objetivo de livrar-se de alguma condenação pelos crimes supostamente praticados dos quais é alvo de investigações”.
Carlos Gaguim afirmou estar com a consciência tranquila, “mesmo quando alguns tentam incriminá-lo sem provas” e que acredita na justiça “com a certeza e a consciência de não ter praticado nenhum crime, acredito na justiça, e continuarei horando o povo do Tocantins com o meu trabalho que sempre foi pautado na honestidade, na legalidade, no respeito às pessoas e ao bem público. Confio em Deus e que a verdade prevalecerá, pois mais uma vez tentam me incriminar sem provas”, finalizou o parlamentar.
Entenda
A Polícia Federal, em conjunto com a Procuradoria Geral da República, deflagrou nesta quarta-feira, 13, a 6ª fase da Operação Ápia, com objetivo de cumprir 16 mandados de busca e apreensão e 8 de intimação em face de investigados mencionados em Acordo de Colaboração Premiada homologado no Supremo Tribunal Federal. Estão sendo cumpridos mandados nas cidades de Palmas, Araguaína e em Brasília (DF).
Conforme apurado pelo T1 Notícias, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão e de intimação na casa do governador Marcelo Miranda (PMDB) e da primeira-dama e deputada federal Dulce Miranda (PMDB), um dos alvos da operação. O deputado federal Carlos Gaguim (Podemos) e o empresário Benedito Farias, conhecido como Dito do Posto, dono de uma rede de postos de combustíveis, também são investigados. Ainda segundo apurado pelo T1, a PF cumpriu também mandados judiciais na Câmara dos Deputados, nos gabinetes de Gaguim e Dulce e nos apartamentos funcionais dos parlamentares em Brasília.
Comentários (0)