Juiz recebe denúncia de Eduardo e Janad e seu vice vão responder por abuso de poder

Com a decisão, Janad será investigada por abuso de poder; ela já responde ação criminal por fraude em licitação, improbidade administrativa e é investigada por contratos suspeito com banda musical

Crédito: Divulgação

A deputada estadual e candidata a prefeita Janad Valcari (PL), que já responde a várias ações judiciais criminais por fraude em licitação e improbidade administrativa e também é investigada por contratos suspeitos com a banda musical da família, agora também vai responder uma ação judicial na Justiça Eleitoral da capital. 

 

O juiz da 29ª Zona Eleitoral de Palmas Gil Corrêa recebeu a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) protocolada pela coligação "Juntos Podemos Agir" (Podemos, Agir e PRTB) no dia 16/9 e a candidata vai responder por abuso de poder político e econômico nas eleições. 

 

Na decisão, Gil de Araújo Corrêa abre prazo de cinco dias para Janad e seu candidato a vice oferecerem defesa, juntar documentos e indicar testemunhas, se quiserem. Ou seja, agora a ação entra na fase de instrução processual, de reunião de provas. Depois, o juiz vai deliberar sobre pedidos de produção de provas. A ação pede a cassação de sua candidatura e a inelegibilidade dos dois por oito anos.

 

Acusações de abuso de poder político e econômico

A AIJE, protocolada em 16 de setembro de 2024, acusa Janad Valcari de várias irregularidades na pré-campanha e campanha eleitoral, incluindo o uso de recursos públicos para promoção pessoal e a realização de eventos custeados pela Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto). A campanha "Doe um Brinquedo e Ganhe um Sorriso", financiada pela Aleto, foi utilizada para autopromoção, com gastos de R$ 37.690,00 em eventos de distribuição de brinquedos apenas em Palmas. 

 

Além disso, Janad é acusada de usar a empresa "Os Barões da Pisadinha Produção Musical Ltda" para firmar contratos com prefeituras que receberam emendas parlamentares indicadas por ela, gerando benefícios financeiros para sua campanha.

 

Outra acusação é o envio de correspondências e calendários com o selo da Assembleia, configurando promoção pessoal com verba pública. Janad também é acusada de distribuir mais de 800 eletrodomésticos em eventos no Dia das Mães de 2023, em uma ação vista como compra de votos.

 

Já responde por fraudes em licitação e improbidade administrativa

 Paralelamente à investigação eleitoral, Janad enfrenta na Justiça estadual processos por fraude em licitação no município de Paranã. Em uma ação criminal, o Ministério Público do Tocantins acusa Janad e seu marido, Ordiley Valcari, de participarem de uma fraude envolvendo três empresas ligadas a ela: Terrax Locações, L2 Prestacional e Neves & Figueiredo. Eles são acusados de manipularem licitações em 2017 para a contratação de serviços de infraestrutura para eventos. O contrato, no valor de mais de R$ 1 milhão, teria sido firmado com base em documentos fraudados, incluindo atestados de capacidade técnica.

 

Além disso, Janad Valcari responde a uma ação civil por improbidade administrativa, iniciada em abril de 2018, com a quebra de seu sigilo bancário autorizada pela Justiça. 

 

No ano passado, a prefeitura de Palmas entrou com uma nova ação de improbidade contra Janad. A prefeitura alega que a deputada causou prejuízos de R$ 43 milhões ao município ao trabalhar para rejeitar projeto de lei relacionado à reforma da previdência. A Justiça tenta intimar a candidata para se explicar à Justiça.

 

Investigações de contratos suspeitos da banda da família em segredo de justiça

Janad Valcari também é alvo de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público Estadual acerca de um esquema de favorecimento a sua empresa "Os Barões da Pisadinha". O órgão investiga a banda da família por contratos firmados com valores inflacionados com prefeituras de várias cidades do Tocantins. Em 9 de setembro de 2024, o desembargador Adolfo Amaro, do Tribunal de Justiça, determinou um prazo de 90 dias para a conclusão das investigações, que estão sendo conduzidas sob sigilo no Tribunal de Justiça do Tocantins.

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