Kátia Abreu depõe em Comissão do Impeachment e defende Dilma de “intolerância”

Senadora assumiu vaga de José Pimentel na Comissão Especial do Impeachment. Kátia disse que a decisão “é política” e questionou porque tratamento com Dilma foi diferente de Fernando Henrique e Lula

Kátia Abreu integra comissão do impeachment
Descrição: Kátia Abreu integra comissão do impeachment Crédito: Foto: Elza Fiúza

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) integra nesta terça-feira, 28, a Comissão Processante do Impeachment do Senado, contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Ela assumiu o posto do senador José Pimentel (PT-CE) que renunciou ao cargo. Kátia Abreu falou de declarações do Banco Central e do Ministério da Fazenda sobre as condições de financiamento da dívida pública brasileira e da atual situação com o reflexo do que vem ocorrendo na economia internacional. 

 

A senadora leu trechos divulgados pelo Banco Central no último dia 24, onde é comemorada a saída da Inglaterra da União Europeia e diz que “a economia Brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos decorrentes desse processo especialmente relevante montante de reserva internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido com baixa exposição internacional”. Logo após, ela cita o que o ministério da Fazenda, afirmou e acrescenta que os “fundamentos robustos”, referidos no trecho, “não são dos últimos dois meses”, mas teriam sidos herdados do governo Dilma.

 

Kátia rebateu as afirmações da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) sobre as críticas ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. “Na verdade, isso tudo é um pano de fundo e nós sabemos que a decisão aqui é política”, afirmou Kátia Abreu.

 

A senadora citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que segundo ela, “fez 100 decretos suplementares, sendo que em 2001 ele alterou a meta duas vezes por medida provisória e descumpriu as duas. E depois de 2001 ele ainda publicou mais 20 decretos (...) Ele herdou uma situação muito complexa, passou por várias crises e em 2001, claro que ele não conseguiria cumprir, pois vinha de sérias crises internacionais”.

 

Kátia Abreu ainda lembrou que Lula em 2009 fez 32 decretos, e disse que foi “com uma diferença da presidente Dilma Rousseff. Ele não só fez os decretos mais também descontigenciou. Coisa que a presidente Dilma não fez. Ela lançou os decretos mas não descontigenciou”, disse Kátia, afirmando que não faria o julgamento de Lula por causa da crise de 2009. “Por quê que com a presidente Dilma é essa intolerância? Por quê que com ela é diferente?”, provocou a senadora Kátia Abreu.

 

Comissão ouve testemunhas

A audiência da Comissão do Impeachment no Senado está ouvindo nesta terça, novas testemunhas de defesa. O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo e o ex-advogado-geral da União Inácio Adams estão entre os convocados para testemunhar.

 

 

A defesa da presidente afastada tem direito a 40 testemunhas. Os depoimentos, que tiveram início no dia 14 de junho, devem ser concluídos nesta quarta-feira, 29.

 

 

(Atualizada às 19h50 do dia 28 de junho de 2016)

Comentários (0)