Marcelo e Gaguim dizem que vão recorrer de decisão que rejeitou suas contas

Após terem suas contas referentes ao ano de 2009, ex-governadores disseram que ficaram surpresos com decisão dos deputados na AL; Incoerência de voto secreto e voto aberto marcou votação na Casa

Marcelo e Gaguim acompanharam votação
Descrição: Marcelo e Gaguim acompanharam votação Crédito: T1 Notícias

Após a rejeição de suas contas na Assembleia Legislativa (AL), os ex-governadores Marcelo Miranda e Carlos Henrique, ambos do PMDB, se mostraram surpresos com a decisão dos deputados estaduais, que por 13 votos a nove, desaprovaram os seus gastos referentes ao ano de 2009.

Miranda disse que está a vontade e tranquilo com a decisão, e que vai recorrer desta decisão nas instâncias cabíveis. “É inadmissível o senhor presidente da AL de não respeitar o que os deputados estavam pensando. Como no painel dá nove votos contrários e 11 parlamentares colocam que votaram a contra (a rejeição das contas)”, questiona.

Questionado se o Executivo estaria por trás das articulações, Miranda declarou que “o Governo está na AL”. “É por isso que eu não visito o Palácio do Araguaia”, completou. Sobre a possibilidade do painel da Casa Legislativa estar errado, o ex-governador afirmou que não sabe se foi problema técnico ou se foi “a consciência de alguém”.

Carlos Gaguim disse ao T1 Notícias que achou estranho os votos no painel da AL serem diferentes dos informados pelos parlamentares. “Estou tranquilo também. Os deputados que votaram a contra a rejeição das minhas contas, como o Sargento Aragão (PPS), vão recorrer dessa decisão”, explica o ex-governador que teve ainda suas contas referentes ao ano de 2010 aprovadas na mesma sessão desta quinta-feira, 05, por 17 votos a cinco.

Com a rejeição das contas de 2009, os dois ex-governadores podem ficar inelegíveis por oito anos.

PMDB

Ao serem questionados sobre o posicionamento do deputado estadual Iderval Silva (PMDB), que é companheiro de sigla e não se manifestou em defesa dos ex-governadores, Miranda afirmou que tem o maior respeito por ele, e que até quis cumprimentá-lo, mas o parlamentar não quis. Já Gaguim declarou que cada um sabe o que o faz, e que não quer julgar ninguém.

Polêmica e Incoerência

Na votação desta quinta-feira, 05, o painel da AL mostrou que apenas nove dos 22 parlamentares presentes votaram a favor da aprovação das contas dos ex-governadores. Já em pronunciamento aberto, contradizendo o que foi mostrado publicamente no painel de votação, 11 deputados disseram que votaram pela aprovação das contas, são eles: José Bonifácio (PR), Sargento Aragão (PPS), Freire Júnior (PSDB), Marcelo Lelis (PV), Eli Borges (PMDB), Stalin Bucar (PR), Josi Nunes (PMDB), Amália Santana (PT), Manoel Queiroz (PPS), Luana Ribeiro (PR), José Roberto (PT).

Esses 11 parlamentares assinaram um documento direcionado ao presidente da AL, Sandoval Cardoso (PSD), solicitando que seja autorizado que a Assessoria do Plenário redija um documento contendo as assinaturas de todos os parlamentares que declararam publicamente o voto a favor da aprovação das contas dos ex-governadores.

Entenda o caso

O TCE, a partir do parecer Prévio nº 87/2011, optou pela rejeição da prestação de contas do Governo do Estado referentes a 2009 e 2010, época em que Marcelo Miranda e Carlos Gaguim estavam a frente do Governo do Estado. Miranda e seu vice-governador na época, Paulo Sidnei (PPS), foram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político cometido nas eleições de 2006. Gaguim, então deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, assumiu provisoriamente o governo e foi eleito por meio de uma eleição indireta na AL, ficando até o final de 2010 a frente do Poder Executivo.  Já em agosto deste ano na AL, o relator das contas dos ex-governadores, José Augusto Pugliesi (PMDB), que está de licença médica e não participou da votação em plenário, já havia dado parecer favorável pela aprovação das contas de Marcelo e Gaguim.

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