Mário Lúcio Avelar fala sobre campanha e garante auditoria nas contas públicas

“O país vivencia uma situação muito difícil, o TO também, e essa é uma oportunidade única da sociedade construir um governo que autenticamente defenda os interesses dela"

Mário Lúcio Avelar avalia que estado precisa de auditoria e medidas duras
Descrição: Mário Lúcio Avelar avalia que estado precisa de auditoria e medidas duras Crédito: Divulgação

O candidato do Partido Socialismo e Liberdade, PSOL, recebeu o T1 em seu escritório provisório, na região sul de Palmas. Durante a entrevista, Mário Lúcio Avelar trouxe propostas de desconstrução da antiga política e apresentou soluções como uma auditoria fiscal nas finanças públicas.

 

Mário Lúcio ficou conhecido nacionalmente com o procurador público que colocou Jader Barbalho na prisão em 2002 e, agora, em março de 2018 se afastou do cargo para disputar eleição ao governo tampão do Tocantins, em junho.

 

Confira abaixo a conversa exclusiva do candidato ao T1, que compõe uma série de entrevistas dos sete candidatos às eleições suplementares:

 

Agora que a candidatura está registrada, como será a campanha no Estado? Quais cidades serão visitadas e o foco da campanha ficará em quais regiões?

 

“Nós somos um partido em estruturação, nossa campanha foi colocada por último e nós pretendemos trabalhar mediante a participação da sociedade organizada. As primeiras cidades que iremos nos deslocar e trazer um debate para a comunidade são as maiores cidades do Estado: Palmas, Paraíso, Porto Nacional, Guaraí, Gurupi e Araguaína, porque acreditamos que a partir dessas cidades maiores, nós estruturaremos polos para difundir as ideias, o nome e estabelecer uma agenda de debate maior com as pessoas no Estado. Nós acreditamos que a campanha atinja um determinado público e a partir daí ela disseminará.”

 

Onde você acredita que tem um colegiado mais forte? Onde precisará trabalhar mais? As alianças te auxiliarão nesse processo?

 

“Acreditamos que as grandes cidades sejam sensíveis e tenham uma massa crítica maior à política tradicional... A nossa campanha vem para questionar a forma de gestão no Estado nesses últimos anos e também acreditamos que nossa candidatura é única com capacidade, força e coerência para questionar a forma como Estado vem sendo gerido, já que todas as demais candidaturas, respeitamos todas, são franjas da política tradicional, que fez coisas importantes ao Estado, mas trouxe consigo também esse quadro de grave déficit fiscal e de incapacidade de gerenciar políticas públicas. De maior penura para a população, porque dentro do projeto de desenvolvimento, saúde, educação, segurança, IDH, é um modelo econômico que agrava invariavelmente a concentração de renda e atinge sobretudo uma parte muito pequena da população".

 

Mesmo com pouco tempo de campanha você acha que é possível levar propostas para a população e angariar votos?

 

“Esse é o grande desafio de toda candidatura que vem de fora do sistema, que questiona as estruturas de poder estabelecidas que privilegiaram e enriqueceram muitos agentes públicos e políticos e um grupo de pessoas, empresários, associados com o Estado. Então o nosso desafio é nos fazer conhecidos, para isso iremos usar dos meios que dispomos, as mídias e redes sociais, para que possamos contrabalançar o poder econômico e o poder politico, utilizados por campanhas maiores. Com a ausência da candidatura de algumas grandes estruturas como MDB, PT, PSDB, então haverá um maior equilíbrio na divisão do tempo do horário eleitoral gratuito e isso com certeza facilitará com que nossa mensagem de mudança e ruptura, seja difundida para um maior número de pessoas.”

 

O candidato já começou a gravar o horário eleitoral?

 

“Começamos com as redes sociais, ainda estamos nessa fase de organização de grupos no Estado. Nossa campanha nasce de um anseio de movimentos sociais e populares, de intelectuais, professores das universidades e ensino médio, então é uma campanha que nasce de forma diferenciada e da insatisfação de uma grande parte da população, da mais cidadã e participativa, de promover uma mudança na forma de gerir o Estado”.

 

Com apenas seis meses, até o dia 31 de dezembro, o que será possível fazer pelo Tocantins?

 

“Temos que ser realistas, o país passa por uma grave crise econômica e ainda não fomos capazes de sair dela, enraizada, inclusive na base da motivação que levou ao afastamento da presidenta da república, sabemos que ela não saiu por conta de pedaladas, ela saiu porque houve uma grande crise econômica que criou uma instabilidade, aliada a uma outra conjuntura de investigação que levou a sua destituição do cargo. Nós temos quase 13% da população ativa desempregada, pela primeira vez na história brasileira, nós temos uma quantidade maior de pessoas desempregadas e no subemprego maior que a própria população ativa, o que leva a uma invariável crise fiscal seríssima. No Tocantins não é diferente, e para agravar a situação temos um quadro sistêmico de corrupção no Estado do Tocantins, Governador que responde processo por mais 1 bilhão de reais desviado de um programa de pavimentação e construção de pontes. A corrupção, a má gestão, uma política pública econômica equivocada que privilegia setores e tem pouca eficiência na geração de empregos. Essas coisas levam a insuficiência do Estado de manter por exemplo, a folha de pagamento, cumprir obrigações previdenciárias, então no primeiro momento, faria uma auditoria rigorosa nas contas públicas, precisamos saber o que está acontecendo no gerenciamento dos recursos. Sabemos que não é uma situação, então é preciso uma auditoria e tomar medidas duras que retomem a capacidade de gerenciamento da máquina pública. É pregar ilusão dizer que vamos resolver o problema da saúde, iremos adotar políticas para minorar os agravos existentes.

 

Ao que o candidato se refere quando diz “medidas duras”?

 

“Primeiro precisamos fazer uma radiografia, precisamos ver para onde vão os recursos, quantos são os cargos contratados e comissionados, contratos com o Estado, o que pode ser cortado disso, uma renegociação de dívidas com o Estado. São medidas que precisam ser tomadas de maneira transparente e conversadas com a população, temos que fazer o uso dessa política para que a população tenha ciência de com o que se passa as finanças do Estado”.

 

Como o candidato e a sua campanha lidarão com os ataques adversários?

 

“Nossa campanha será, sobretudo, para esclarecer e buscar atrair o eleitor para a necessidade de mudança do Estado, então será uma campanha construtiva, mas também não deixaremos de colocar a realidade do Estado e apontar eventuais responsabilidades ao longo desses anos todos”.

 

Concorrerá na eleição geral?

 

“Estamos preocupados com as eleições que irão acontecer daqui a dois meses, nosso foco é esse. Amanhã será outro dia, veremos como o cenário irá se desenrolar e acontecer. Nossa preocupação hoje é fazer uma boa campanha e convencer as pessoas, motivar os que estão descrentes com a política com a mensagem de que somente a política poderá mudar o Estado e solucionar os problemas do país.”

 

Quanto a chapa estipulou o orçamento para a campanha?

 

“Fizemos um teto, e não é o que iremos gastar, o teto legal da chapa ficou em R$ 4,5 milhões e nós estipulamos um de R$ 950 mil, que provavelmente nem chegaremos”.

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