Medo do coronavírus deve levar a abstenção recorde nas eleições deste ano

Estima-se que o número de abstenção pode passar de 20% em 2020.

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Descrição: Imagem ilustrativa Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Nas eleições municipais deste ano, mais de um milhão de eleitores do Tocantins estão aptos a votar e escolher prefeitos e vereadores, mas o índice de abstenções pode ser maior que no pleito eleitoral de 2016, devido à pandemia da Covid-19, conforme analisam as lideranças partidárias. Os fatos vão influenciar nos cálculos para definição do quociente eleitoral para a eleição proporcional.

 

Nas eleições de 2016 em Palmas, o índice de abstenções foi 15,58%, (26.857). No pleito eleitoral de 2018, para governador, deputados federais e estaduais e senadores, 207.540 eleitores deixaram de votar e o índice de abstenções foi de quase 20%. Estima-se que este número pode passar de 20% em 2020.

 

Para o advogado Carlos Braga, membro da comissão provisória do PSDB da Capital, o índice de abstenções nestas eleições deve ser bem maior que em 2016, devido à pandemia do coronavírus. Ele calcula que este ano as abstenções devem atingir um índice em torno de 25%, o que, no seu entendimento, vai interferir nos cálculos para definir o quociente eleitoral que cada partido vai precisar para eleger um vereador, por exemplo.

 

Sem se ater a números e percentuais, o presidente do diretório estadual do Podemos e prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, acredita que a abstenção deve aumentar, mas não muito. “Horário exclusivo para os mais idosos trará mais tranquilidade aos mesmos. E, pelo que tenho observado, a população não está deixando de fazer as coisas do seu dia a dia mais, e não são muitos os que estão tendo os devidos cuidados”, ponderou ele.

 

O presidente do diretório metropolitano do PDT e candidato a vice-prefeito na chapa de Marcelo Lelis (PV), Milton Neris, também acredita que o índice de abstenções este ano será maior que os peitos de 2016 e 2018, mas não quis arriscar um índice. Ele que a sua coligação está fazendo um trabalho junto ao eleitorado sobre a importância do voto. “Apesar de todo esse trabalho, é possível que esse índice seja em torno de 20% na Capital”, analisou o pedetista.

 

Para o candidato a prefeito da Capital e presidente do diretório metropolitano do PSB, Tiago Amastha Andrino, a coligação está fazendo uma campanha com foco na importância de votar e dos cuidados necessários que o cidadão deve ter devido a pandemia. “Esperamos, portanto, que a abstenção não seja alta. Destacamos que escolher o próximo prefeito e vereadores através do voto está diretamente ligado ao futuro da nossa cidade”, disse ele, por intermédio de sua assessoria.

 

Diante do quadro de pandemia e também da possibilidade do TSE disponibilizar um aplicativo em que o eleitor poderá justificar a sua ausência, o advogado especialista em direito eleitoral, Adriano Guinzelli, entende que “é possível que o índice de abstenções supere a barreira dos 25%”.

 

TRE

 

O desembargador Eurípedes Lamounier, presidente TRE-TO, acredita que a abstenção em 2020 será muito próxima à média dos anos anteriores, mas evitou citar números. Ao T1 Notícias, ele disse, nesta sexta-feira, 9, que votar é um direito e um dever do cidadão e o comparecimento às urnas é fundamental para a manutenção da democracia.

 

“É a oportunidade de manter ou de mudar o grupo político que está no poder. Não votar significa apoiar os candidatos que os outros escolherem para nos governar”, declarou o desembargador, ao lembrar que a Justiça Eleitoral está envidando todos os esforços para promover a segurança sanitária durante as eleições.

 

O presidente do TRE lembrou que a Justiça Eleitoral também estendeu o horário de votação em uma hora, que será das 07 às 17h, e estabeleceu um horário preferencial para o comparecimento de idosos, das 07 às 10h.

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