O Diretório Nacional do PT se reuniu nesta sexta-feira, 17, e uma das definições foi que o partido não vai mais receber financiamento de empresas nas campanhas eleitorais e as doações devem passar a ser feitas apenas por pessoas físicas. Para o deputado estadual Paulo Mourão (PT), a decisão é importante tendo em vista que esta discussão é feita no partido há muito tempo.
“Acho extremamente importante porque o partido defende um critério e passa a adotar esse critério”, disse o deputado ao citar o posicionamento da sigla na reforma política. “Da forma que está, o modelo é duvidoso na questão ética”, pontuou.
O deputado falou ainda sobre os problemas no que diz respeito à corrupção em que vários parlamentares do PT são investigados. “Estamos sofrendo na carne e estamos sendo penalizados por uma coisa que vários outros partidos fazem e somente o PT é penalizado”, disparou o deputado.
Na oportunidade, Mourão defendeu que é preciso fazer uma reforma Constitucional no Brasil. “Acho que enquanto não fizer uma reforma Constitucional sobre as leis Constitucionais, nós não vamos conseguir avançar e ter o país que tanto queremos ter”.
O deputado explicou que o Brasil vem, historicamente, sendo dominado pela elite. “Há muito tempo essa elite domina o Estado e consequentemente a política”, disse o deputado ao ressaltar que “o Congresso Nacional não representa a base popular, mas sim a elite e se não houver a reforma da Constituinte de forma que represente o desejo do povo e com congressistas que ouvem a base popular, o Brasil não vai conseguir vivenciar a democracia”.
Mourão citou o caso do presidente Lula, "eleito por defender os direitos dos trabalhadores, ou seja, da base popular e que não conseguiu fazer as transformações a que se propôs e que pregou por toda a sua vida por causa do Congresso Nacional, que cabe ressaltar, que nesta legislatura é um dos mais conservadores de todos os tempos de democracia".
Para o deputado, o Brasil se democratizou, mas não está compatível com o que preconiza uma sociedade de fato democrática. “Existem muitas leis e a própria Justiça se sente fragilizada no momento de cumprir essas leis. Há uma deformação da democracia”, disse ao defender que é preciso se implementar mais ações que garantam o pleno exercício da democracia.
A decisão da executiva, deve ser levada para referendo no 5º Congresso Nacional da sigla que está previsto para acontecer em Salvador (BA), em junho.
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