Novo presidente do Igeprev já teve bens indisponibilizados

Bens teriam sido indisponibilizados durante investigações de comprometimento patrimonial e financeiro de empresa de investimentos Rótula SA-Crédito, da qual Francisco Flávio foi conselheiro.

Novo presidente já teve bens indisponibilizados
Descrição: Novo presidente já teve bens indisponibilizados Crédito: Divulgação

O recém empossado presidente do Instituto de Gestão Previdenciária (Igeprev) do Estado, o executivo Francisco Flávio Sales Barbosa, teve bens indisponibilizados por determinação do Banco Central, do qual foi funcionário, durante investigação de comprometimento patrimonial e financeiro da empresa Rótula SA – Crédito, onde foi conselheiro.

Conforme informou a revista Valor e divulgado pelo site da UOL, em fevereiro de 2011, o Banco Central (BC) decretou a indisponibilidade de bens dos controladores da Rótula SA – Crédito. No ato da liquidação, conforme informado na notícia, o BC alega que a má gestão poderia ocasionar prejuízos financeiros para a empresa, que tem sede em Leopoldina (MG), e ainda graves violações a normas legais e estatutárias que disciplinam a atividade empresarial.

Ainda de acordo com a matéria veiculada, a indisponibilidade de bens alcançou administradores da empresa e participantes do seu conselho de administração nos últimos doze meses, entre eles o próprio Francisco Flávio Sales Barbosa que, de acordo com informações da Agência Tocantinense de Notícias (ATN), foi membro do Conselho de Administração da Rótula S/A – Crédito, financiamento e investimentos.

Operação navalha

Já em 2007, o nome do agora presidente do Igeprev esteve envolvido em um escândalo. Desta vez pela sua proximidade com o lobista Sergio Sá, que estava envolvido na Operação Navalha, deflagrada em 2007, onde diversos políticos e empresários foram presos acusados de desvio de verbas públicas por meio de fraudes e licitações. Barbosa teve que explicar a sua relação com o lobista até mesmo para o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.  

Conforme uma nota publicada pela revista IstoÉ, o "presidente do Banco Regional de Brasília, Francisco Flavio Sales Barbosa, foi convidado a explicar ao governador José Roberto Arruda, do DF, o motivo das visitas à sede do banco do lobista Sérgio Sá, envolvido na Operação Navalha. Há registros de testemunhas de que essas visitas eram intensas nos últimos três meses”.

Na Operação Navalha, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Luz para Todos foram fraudadas, o que levou ao enriquecimento ilícito de diversas pessoas. Nesta operação, foram presas quarenta e sete pessoas entre eles Ivo Almeida Costa, assessor do gabinete do então ministro das Minas e Energia na época, Silas Rondeau.

Confira a nota da revista Istoé na íntegra aqui.

CPI do Proer

Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Programa de Estí­mulo à  Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer), realizada pela Câmara Federal, realizada entre os anos de 90 e 2000, consta que o agora presidente do Igeprev, Francisco Flávio Sales Barbosa, ocupou o cargo de interventor do Banco Econômico no período de 11 de agosto de 1995 a 10 de janeiro de 1996. 

Os trabalhos da Comissão de Inquérito, do Banco Central, realizados em cumprimento à Lei nº 6.024, de 1974, art. 42, foram concluídos em 08/03/96. Esta duração, de sete meses, foi considerada longa por diversos membros da CPI. O Sr. Francisco Flávio Salles Barbosa esclareceu que aquele período de tempo foi necessário, face à complexidade do Grupo Econômico, constituído por 59 empresas.

De acordo com o relatório, “foram detectadas diversas transações irregulares, realizadas às vésperas e no dia da intervenção. No seu depoimento, Francisco Flávio Salles Barbosa declarou que poderia ser revertido o processo, através do estorno, mas a orientação que recebeu foi no sentido de honrar a compensação”.

Saída duvidosa

De acordo com o relatório da CPI “Não ficaram claras as razões da demissão de Francisco Sales Barbosa” de seus trabalhos em torno do inquérito.  “Segundo o seu depoimento, ele pediu demissão no dia em que tomou conhecimento, pela televisão, da existência de acordo para o Banco Excel assumir o Econômico, para o qual tinha discordância”.

Consta ainda no relatório que o Sr. Ezequiel Nasser, que entrou com uma Ação Judicial por causa do excessivo provisionamento determinado pelo Banco Central, divergiu das declarações dadas por Barbosa. “Ele não abandonou, ele foi retirado, foi convidado a abandonar...(fls. 99 de seu depoimento)” disse. Porém, o Sr. Ezequiel Nasser, por orientação de seu advogado, declinou-se a comentar os motivos da demissão do Interventor.

O relatório geral de onde foram tiradas essas informações você pode conferir no final desta matéria.

Governo

O T1 Notícias tentou falar com o presidente Francisco Flávio Sales Barbosa, mas foi informado pela assessoria de comunicação do Igeprev de que ele só daria entrevistas após se inteirar da situação do órgão estadual. "O presidente declarou que não vai se posicionar neste período de final de ano e só depois de tomar fé do que está acontecendo no Igeprev é que deve se pronunciar, talvez em 2014. Por enquanto ele prefere se abster”, disse a assessoria. A reportagem também solicitou na manhã desta terça-feira, 17, à Agência Tocantinense de Notícias (ATN), informações sobre quem indicou o novo presidente e se o Governo teria levantado a ficha do indicado. Até o fechamento desta matéria o T1 Notícias ainda não havia obtido retorno.

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