Oposição questiona escolha de novo presidente do PreviPalmas: "vai na contramão"

A Prefeitura de Palmas deu posse ao novo presidente do Instituto Social de Previdência do Município de Palmas (PreviPalmas). Glayson Soares concorreu ao cargo de vereador nas últimas eleições para o município; é cantor e suplente de vereador pelo PTC. O decreto de nomeação foi publicado no Diário Oficial da última quarta-feira, 2. A posse ocorreu na manhã desta terça-feira, 8.

 

Segundo informações da oposição na Câmara de vereadores, o cargo foi dado a Glayson Soares em cumprimento a um acordo firmado entre o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP) e o vereador da base Jucelino Rodrigues (PTC).

 

De acordo com a Prefeitura de Palmas, o cargo estava vago desde 18 de março, quando o então presidente Neyzimar Cabral deixou a função. Na última semana, o novo presidente esteve na sede do instituto, quando foi apresentado aos funcionários do órgão.

 

Ainda segundo a Prefeitura, Glayson Soares é bacharel em teologia pela Faculdade Kurios, exerceu a função de secretário de Esportes e assessor Parlamentar.

 

 

Política

 

O vereador da oposição Lúcio Campelo (PR) declarou que entende que “essas negociações políticas de valorização e participação das indicações pelo apoio precisa existir, mas na hora de buscar os interesses da sociedade é preciso procurar pela questão técnica”.

 

O vereador declarou ainda que com a escolha de Glayson Soares para presidir a pasta, o prefeito Carlos Amastha “vai à contramão do compromisso que a gestão sempre fez ao longo da campanha e prega, de ter uma gestão técnica” e disparou: “Palmas precisa valorizar os compromissos políticos, mas nesse caso há a necessidade de se ter uma pessoa técnica”.

 

Apesar das críticas pela escolha não técnica, o parlamentar afirmou que Gleyson Soares é uma pessoa séria e “creio que ele vai criar condições de ter uma equipe técnica. Vamos torcer para dar tudo certo”, finalizou. 

 

O vereador Joaquim Maia (PV), também da oposição, afirmou que as últimas escolhas da gestão são claramente políticas, “sem falar que o vereador [Jucelino] chegou a agradecer na tribuna a nomeação dele [Gleyson Soares]”. O parlamentar frisou que os próprios servidores já haviam demandado ao gestor uma escolha técnica, mas que as escolhas do prefeito passaram a ser políticas desde a nomeação de vereadores para as pastas.

 

Iratã Abreu (PSD) afirmou que a gestão Carlos Amastha se colocou como técnica “mas infelizmente não é isso que a gente vê na prática. Não tenho nada contra o Gleyson, mas o PreviPalmas é uma das pastas mais técnicas da gestão. A gente viu o mal exemplo do que aconteceu com o Estado. O município deveria pensar bem antes de fazer qualquer concessão política partidária”.

 

O vereador de oposição reafirmou que a escolha técnica é uma reinvindicação dos servidores, “de que o prefeito escolhesse qualquer pessoa que tenha uma especialidade. A indicação política faz com que os servidores se sintam desconfortáveis”.

 

Iratã Abreu reconheceu que a composição política existe em qualquer Governo, mas disse que tudo tem limitações. “Por exemplo, a pasta da Saúde tinha uma indicação política que não deu certo, mas com a indicação mais técnica do novo secretário, a gente viu que está melhor”, declarou. Para o líder da oposição na Câmara, falta bom senso na composição.

 

 

Em torno de Andrino

 

Segundo declarou o vereador Iratã Abreu “todos esses ajustes na Secretaria de Cultura, Trânsito e agora no PreviPalmas é para ajustar suplentes para dar apoio a candidatura do Tiago Andrino [ex-secretário de Governo]. Hoje a máquina trabalha em sintonia com a pré-campanha dele”.

 

Outra fonte disse ao T1 Notícias que o prefeito de Palmas “está tentando emplacar a candidatura do Andrino de todas as formas. Ele tentou com o Roberto Pires (PP) e agora está tentando emplacar com o Mario Lúcio Avelar”, disse.

 

O novo presidente foi procurado pela equipe do T1 Notícias, mas não retornou as ligações até o fechamento da matéria. O espaço continua aberto.