Oposição repercute decreto do Governo, diz que é ilegal e que acionará justiça

Debate acalorado entre oposição e base do Governo na Assembleia Legislativa gera polêmica. Base defende medidas de Miranda, mas oposição diz que acionará a Justiça para garantir os benefícios

Sessão vespertina da AL tem debates acalorados
Descrição: Sessão vespertina da AL tem debates acalorados Crédito: Bonifácio/T1Notícias

As discussões sobre os benefícios aos servidores públicos concedidos pelo governo passado continuaram durante toda a tarde desta quarta-feira, 11, na Assembleia Legislativa (AL). A deputada Luana Ribeiro (PR) continuou a defesa da bancada de oposição, dos benefícios aos servidores, mesmo com a nulidade e suspensão dos benefícios anunciadas e decretadas pelo Governo.

 

Os governistas defenderam que Marcelo Miranda não sabia da “irresponsabilidade de Sandoval Cardoso”, mas Luana logo rebateu dizendo que “vim na Tribuna com documentos, não foi inventado nada. Todo candidato tem obrigação de ter seu plano de Governo e saber onde vai entrar. Ai vem dizer que não sabe onde vai entrar? Pelo amor de Deus, conta outra!”.

 

Também da oposição, Vilmar de Oliveira (SD) também criticou. ”Essa situação começou com o Governo Marcelo Miranda, que também concedeu vários benefícios aos funcionários. E agora querem colocar a culpa no Governo de nove meses, que apenas reconheceu o direito dos servidores”, disse ele.

 

O deputado Zé Roberto (PT) questionou a deputada Luana sobre o vídeo de Miranda em campanha, exibido pela parlamentar durante a sessão vespertina, e disse que “esse vídeo é desonesto”.

 

Já em tom de voz alterado, Luana rebateu: “O senhor não pode me chamar de desonesta. Não admito que me trate como desonesta, as minhas atitudes foram coerentes com meus atos. Desonesto é quem vai no meio da população e não dá conta de cumprir. Tenho o direito de mostrar o vídeo que eu achar necessário. Não admito ser chamada de covarde”, disse ela.

 

A deputada da oposição usou novamente a Tribuna e declarou que “Paulo Mourão falou que o Estado gasta mais do que arrecada, então o Governo tem que fomentar a economia e buscar recursos no Governo Federal. Temos que governar olhando pra frente e não olhando para o retrovisor. Todas essas conquistas foram lutas de anos a fio. Para muitas pessoas a verdade dói, mas ela tem que ser encarada de frente. Mais grave é se candidatar ao Governo do Estado e não estudar as contas públicas de um Governo. Será que ele não sabia mesmo? Se governou e se candidatou novamente é porque sabia onde estava entrando. Mas quando você se propõe a governar, está nas suas mãos a responsabilidade” e terminou dizendo: “Peço desculpas ao Zé Roberto porque me exaltei”.

 

Eduardo Siqueira também critica decretos do Governo

O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (PTB) entrou no debate afirmando que “o decreto do governador diz que estão suspensos os efeitos da paridade e como suspender aquilo que está em Lei? Só o STF tem poder para declarar que algo é inconstitucional”.

 

Líder do Governo na AL, Paulo Mourão (PT) defendeu as medidas adotadas para a recuperação do Estado. “Marcelo Miranda busca o equilíbrio respeitando o histórico do Tocantins. Nós lembramos que o que vivemos em Governos passados foi um arrocho salarial. Nós vivemos outros momentos e a capacidade deste Estado precisa aumentar. Governos fazem de conta que fazem direitos adquiridos durante o período eleitoral e foi o que aconteceu conosco”, declarou.

 

A bancada de oposição afirma que o decreto do Governo anulando e suspendendo as leis que beneficiam os servidores é ilegal. “Uma lei só pode ser revogada por outra lei, ou seja, foi um ato ilegal que o governador prometeu e nós vamos à justiça”, disse Luana Ribeiro.

 

Paulo Mourão alegou que “decreto não anula lei, mas esta foi uma lei aprovada em período eleitoral”. A afirmação gerou revolta nos servidores que acompanharam a sessão.  

 

 

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