Partidos políticos projetam novo cenário para o legislativo palmense em 2021

Com o fim das coligações para a disputa de vagas ao Legislativo municipal, os partidos considerados históricos fazem suas projeções para o novo cenário a partir de 2021.

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Com o fim das coligações partidárias proporcionais para as eleições municipais deste ano, a disputa por uma cadeira na Câmara Municipal de Palmas vai exigir dos candidatos à reeleição um esforço bem maior, em relação ao pleito de 2016. É cada partido por si, com calculadora nas mãos lidando com números e fazendo conjecturas. Nesse novo cenário entra os candidatos novos, que podem representar risco para aqueles que já detêm mandatos.

 

A primeira fase dessa peleja político-eleitoral foi a corrida nos últimos dias para o fechamento janela partidária (4 de abril), quando 13 dos 19 dos vereadores palmenses trocaram de legenda. Apenas seis permaneceram em seus partidos. Esse processo, obviamente, foi maturado com base em alguns critérios para a definição partidária: disputa interna por espaços e votos e a opção do partido na composição da chapa majoritária. Como se diria no bom latim, a la jact est.

 

O cálculo de votos para a eleição de vereador leva em conta quociente eleitoral, quociente partidário e sobras de votos. Isso decorre do fato da eleição de vereadores está baseada no sistema proporcional de votação, por meio do qual, nem sempre quem tem o maior número de votos é eleito.

 

A movimentação dos partidos

 

Na Capital, dos atuais vereadores, pelo menos até agora, apenas dois deixarão de disputar a reeleição, visto que são pré-candidatos a prefeito – Tiago Andrino (PSB) e Milton Neris (PDT).  A reportagem do T1 Notícias conversou com as lideranças dos partidos considerados históricos e com maior densidade eleitoral, para saber como está a movimentação para a formação das chapas proporcionais e a expectativa de eleição década um deles. O otimismo é exagerado. Todos falam em eleger, no mínimo, três candidatos.

 

Tucanos

 

No ninho tucano, cuja bancada conta agora com quatro vereadores, a expectativa é eleger três vereadores, segundo Major Negreiros, que deixou o PSB para se filiar ao partido da prefeita Cinthia. “A ideia aqui é a valorização de todos os companheiros que disputarão ou não o pleito de outubro”, observa o parlamentar.

 

Os quatro maiores puxadores de votos do partido são os atuais vereadores Negreiros, Felipe Martins, Jucelino Rodrigues e Claudemir Portugal. No entanto, este ano, lideranças novas se ingressam na disputa, com potencial eleitoral  “forte”, admite Negreiros ao citar nomes das pré-candidatas Marta Ramos, Cida do Comam, além de Nélio Lopes, Eudes Assis (Agtur) e vários outros “que podem surpreender”.

 

“Não se pode desprezar ninguém quando se trata de eleição; todos tem o seu valor e são companheiros e ninguém ganha eleição sozinho”, pondera o novo tucano. “Agora, precisamos de um grupo forte para trabalhar pela reeleição da prefeita Cinthia Ribeiro”, defende.

 

Otimismo no MDB

 

Ainda sem definição de seu pré-candidato à prefeitura da Capital, o MDB – o ex-prefeito Raul Filho está filiado à sigla – trabalha com a expectativa de eleger três vereadores e, com o anúncio da pré-candidatura a prefeito, o presidente do diretório metropolitano, deputado Valdemar Júnior, acredita que a bancada pode alcançar quatro cadeiras.

 

Na sua avaliação otimista, o MDB sai fortalecido com o ingresso nas fileiras do partido dos vereadores Lúcio Campelo (ex-PL) e Diogo Fernandes (ex-PSD), o que segundo o parlamentar, vai somar para garantir a ampliação da bancada da legenda a partir de 2021. “Com o vereador Rogério Freitas, teremos aí três nomes fortes puxando votos para o nosso partido”, disse Valdemar Júnior.

 

A chapa de pré-candidatos do partido conta com 23 nomes, dos quais 9 é composta por  mulheres. Os seis nomes que faltam serão definidos ainda neste mês, de acordo com o deputado. “Somos o maior partido em número de filiados em Palmas e acreditamos que o candidato que prospectar a obtenção de 1.300 a 1.400 votos pode começar a ‘brigar’ por uma vaga na Câmara, e todos têm chances”, prevê Valdemar Júnior.

 

Podemos

 

“Estamos com um timaço, chapa completa de pré-candidatos de homens e mulheres bem representativa de vários segmentos da nossa sociedade e altamente competitiva”. O otimismo é do pré-candidato a prefeito de Palmas e presidente do  diretório metropolitano do Podemos, Alan Barbiero.

 

Ele prevê que o partido pode eleger dois vereadores pelo quociente eleitoral, com possibilidade de conquistar a terceira vaga com a sobra de votos. Barbiero raciocina que essa terceira vaga surgirá com o cálculo da média ponderada das sobras de votos, que é feito com base na divisão com o quociente eleitoral do partido.

 

Barbiero estima que esse quociente eleitoral deva ser de 7.300 a 7.500 votos, levando-se em conta o número de votos válidos para as eleições deste ano. Dos cerca de 180 mil eleitores da Capital, calcula-se que 140 mil votos serão válidos.

 

PDT

 

O PDT do pré-candidato a prefeito Milton Neris trabalha também com a possibilidade de conquistar três cadeiras na Câmara de Palmas. Isso porque, na sua argumentação, o partido está com uma chapa “bem estruturada, com representação de diversos segmentos da comunidade, desde lideranças comunitárias, empresariais e religiosas a outros setores que vão oferecer diversas opções aos nossos eleitores”, destaca Neris.

 

O pré-candidato do PDT afirma que se o seu projeto ganhar musculatura eleitoral, o seu partido poderá ter um desempenho ainda maior com vistas à Câmara de Vereadores.

 

Ele citou vários nomes que considera fundamental para angariar o número de votos necessários para eleger três parlamentares, além do já vereador Moisemar Marinho: Fredinho das Arnos, a conselheira tutelar Patrícia das Arnos, Lindimar, liderança dos mototaxistas, professora Iolanda Lima (líder comunitária na região sul da Capital), Tafarel da Arse 122, Joelson da Nitrox, representante dos empresários do Distrito Industrial de Taquaralto, dentre outros.

 

Partido dos Trabalhadores

 

O Partido dos Trabalhadores (PT) vai lançar chapa completa de vereadores e está apostando na renovação. “Temos candidatos ligados aos movimentos sociais, sindicatos, profissionais liberais e empresários; vamos valorizar as candidaturas femininas como nunca antes”, discursa o pré-candidato a prefeito de Palmas, João Helder Vilela.

 

Ele afirma que o PT, que não tem representação no Legislativo municipal, pretende eleger três vereadores e que a atual conjuntura  leva o partido a pensar no êxito desse pleito eleitoral. Os petistas da Capital trabalham com a expectativa de obter 16 mil votos.

 

“Estamos ouvindo a população e vamos lançar em breve o plano de governo, com foco no social”, destaca Vilela ao denominar o documento de Plano Municipal de Desenvolvimento Integrado que segundo ele, subsidiária a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) da próxima gestão, caso tenha êxito nas urnas, em outubro.

 

“A partir dessa fase instalaremos o programa orçamento participativo, ouvindo sempre a população, com foco na educação saúde, transporte, segurança, esporte e nos programas sociais que alcançam as classes mais fragilizadas da nossa sociedade primando por programas de geração de emprego”, adianta o pré-candidato do PT.

 

Na sua avaliação, ter candidatos com mandato na atual conjuntura “é o mesmo que ir para a guerra onde dois ou três vão dentro de um tanque blindado e os outros seguem  a pé com facão na mão”, ironiza.

 

DEM

 

Numa “jogada de mestre”, a deputada federal Dorinha Seabra, presidente do diretório regional do DEM, conseguiu atrair para o seu partido o presidente da Câmara Municipal, Marilon Barbosa (ex-PSB), e os vereadores Etinho Nordeste (ex-PTB) e Filipe Fernandes (ex-DC), que deverão ser os grandes puxadores de votos do partido.

 

O DEM acha que tem condições de eleger três vereadores, contando com a expectativa de que um dos mais novos filiados da legenda, o jovem Pedro Cardoso, filho do deputado estadual Cleiton Cardoso (PTC), pode também ser um grande carreador de votos. O seu pai foi um dos deputados mais bem votados nas eleições de 2018 e, por isso, acreditam na transferência de votos para o filho nestas eleições.


 

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