PMDB oficializa saída do governo Dilma Rousseff em reunião de três minutos

A moção aprovada determina a entrega de todos os cargos ocupados por membros do PMDB no Executivo, além da instauração de processo no Conselho de Ética do partido contra quem permanecer no cargo

Reunião foi realizada na tarde desta 3ª
Descrição: Reunião foi realizada na tarde desta 3ª Crédito: Foto: Pedro Ladeira

O PMDB oficializou, nesta terça-feira, 29, o desembarque da sigla do governo Dilma Rousseff. A decisão foi tomada por aclamação, em reunião que durou menos de três minutos, e foi liderada pelo vice-presidente do partido, o senador Romero Jucá (RR).

 

A moção aprovada determina a entrega de todos os cargos ocupados por membros do PMDB no Executivo, além da instauração de processo no Conselho de Ética do partido contra quem permanecer no cargo. Atualmente, o PMDB ocupa os ministérios da Saúde, Ciência e Tecnologia, Aviação Civil, Agricultura, Minas e Energia e Portos.

 

Os parlamentares presentes à reunião entoaram gritos de "Fora PT" e "Brasil, para frente, Temer presidente". A tomada de posição foi articulada pelo grupo do vice-presidente Michel Temer. Com a decisão sacramentada, ministros peemedebistas já se preparam para deixar a Esplanada dos Ministérios.

 

A decisão foi tomada após reunião realizada entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o "último bastião" do governismo no PMDB. Temer não estava presente na reunião que oficializou o desembarque. Os ministros peemedebistas também não compareceram.

 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sentou-se ao lado de Romero Jucá. Na segunda-feira (28), Cunha havia saudado a saída do partido do governo, dizendo que a partir de agora a sigla seria "independente".

 

Saída dos cargos

Ocupantes de cargos de confiança do PMDB, incluindo os ministros de Estado, não deverão entregar seus cargos imediatamente. Segundo o ex-ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, "ninguém vai sair daqui correndo para arrumar as gavetas". Já o vice-presidente da sigla, senador Romero Jucá (RR), disse todos os filiados do PMDB que ocupam cargos públicos no governo federal têm de deixar seus postos imediatamente. "Eu digo que para bom entendedor, meia palavra basta. Aqui foi dada uma palavra inteira. Portanto, todos devem pensar no que vão fazer", afirmou Jucá.

 

Questionado sobre eventuais punições aos integrantes do PMDB que decidirem continuar nos cargos, Jucá disse que o momento é de esperar. "Cada caso vai ser analisado. Vamos esperar se o ministro sai ou não sai. Não podemos prejulgar os ministros", afirmou.

 

Eliseu Padilha descartou a possibilidade de que ministros do PMDB possam se licenciar do partido para continuar a ocupar seus cargos no governo. "Se houver pedido, vamos avaliar essa possibilidade. Mas eu já olhei o estatuto e não há essa previsão", disse Padilha.

 

(Atualizada às 16h42)

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