Polícia aponta indícios de envolvimento de deputado no escândalo do lixo hospitalar

O inquérito foi concluído e o pai do deputado Olyntho Neto, João Olinto, e outros, foram indiciados pelo crime.

Olyntho Neto pode ser investigado por envolvimento no escândalo do lixo
Descrição: Olyntho Neto pode ser investigado por envolvimento no escândalo do lixo Crédito: Divulgação

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou crime ambiental após lixo hospitalar ser encontrado em depósito de Araguaína e na fazenda da família do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB). O pai do parlamentar, o ex-juiz eleitoral, João Olinto Garcia de Oliveira, e outros, foram indiciados pelo crime. A Polícia destacou que acredita no envolvimento do deputado e pediu que o órgão competente proceda as investigações, já que como parlamentar, Olyntho Neto tem foro privilegiado. "Considerando a presença de fortes indícios da participação do Deputado Estadual Olyntho Neto, consigno que a apuração dos fatos em relação a ele será objeto de outro Inquérito Policial a ser instaurado por esta Delegacia, seguida de comunicação formal ao Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, por se tratar de autoridade com foro por prerrogativa de função", confere o delegado responsável pela conclusão do inquérito, Romeu Fernandes de Carvalho Filho.

 

O inquérito é resultado da Operação Expurgo, que investigou o descarte irregular de lixo hospitalar pelas empresas Sancil Sanantônio, do ex-juiz João Olinto, ligada também a empresa Agromaster, de seu outro filho, Luiz Olinto. Ambas foram apontadas como responsáveis pelo crime. A empresa Sancil foi contratada pelo Estado para recolher o lixo hospitalar em Araguaína, Porto Nacional e Gurupi, dentre outros hospitais da rede pública, sem licitação e em caráter emergencial por meio milhão de reais ao mês.

 

Segundo relatório da Polícia Civil, restou apurado que Luiz Olinto, também filho do indiciado João Olinto, "compartilhava com o pai a gestão das empresas investigadas, seja tomando decisões importantes, seja efetuando o pagamento da maioria das despesas".
 

A Polícia Civil ainda determina que "tendo em vista que os fatos apurados neste Inquérito Policial guardam relação direta com aqueles objetos de investigação pela DRACMA [Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública] remeta-se cópia do presente procedimento" àquela delegacia.

 

Foram indiciados, ainda, as empregadas do ex-juiz, Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martin. Também o filho de João Olinto, Rodolfo Olinto Rotoli Garcia de Oliveira, como sócio da empresa do pai e um suposto 'laranja', José Hamilton de Almeida.

 

O T1 Notícias contatou o deputado estadual Olyntho Neto para que se manifeste em sua defesa, assim como de sua família, deixando o espaço aberto para esclarecimentos. Quanto aos demais o T1 não conseguiu contato, mas reforça que o espaço está aberto caso desejem se manifestar sobre o assunto.

 

Olyntho diz não ter conhecimento do teor da investigação

 

Em nota encaminhada ao Portal, o deputado declarou que "em relação às afirmações constantes no inquérito policial que faz menções ao meu nome e a suposta participação nas relações com as empresa citadas, cumpre afirmar: não tenho conhecimento sobre o teor das investigações e em nenhum momento fui ouvido ou citado sobre qualquer ato ou investigação realizada. Jamais deixei de prestar qualquer esclarecimento sobre minha vida pública, pessoal ou empresarial e quando devidamente notificado estou à disposição de todos os órgãos competentes”, assina o deputado estadual Olyntho Neto.

 

 

 

 

Comentários (0)