Durante visita ao Tocantins nesta semana, Valter Pomar, membro do Diretório Nacional do PT, e Josafá Maciel, candidato à presidência estadual do partido, concederam entrevista ao T1 em que abordaram os rumos da sigla, defenderam mudanças internas e criticaram áreas do atual governo federal.
Pomar, que é candidato à presidência nacional do PT, afirmou que o partido precisa se renovar para continuar sendo protagonista na transformação do país. “O PT precisa mudar, o governo Lula precisa mudar. [...] Nós somos o partido da classe trabalhadora. Então a gente tem que estar sintonizado com as aspirações, com as necessidades, com os anseios desta classe”, declarou.
Questionado sobre o momento político do partido, Pomar reconheceu que o PT já viveu fases melhores, mas destacou que o cenário atual também representa oportunidades. “De fato o PT já teve momentos melhores, mas também já teve momentos piores. [...] O desafio é muito grande. É muito urgente que a gente faça mudanças no PT e no governo”
Sobre a queda na popularidade do presidente Lula, Pomar foi direto: “Claro que preocupa, né? Porque se a gente for olhar em comparação com o governo anterior, esse governo é muito bom. [...] O que de fato tá pesando não é tanto a comparação com o passado, mas é a comparação com as expectativas que nós já estamos.” Ele apontou que temas como inflação, juros altos e demora em respostas governamentais exigem ação imediata. “Tem um problema de morosidade. Tem um problema de opções políticas erradas”, criticou, citando como exemplo a atuação do ministro da Defesa, José Múcio, durante os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Em relação ao pleito de 2026, Pomar defendeu que o PT tenha candidaturas próprias nos estados. “O PT não pode ser linha auxiliar de governador nenhum, especialmente governadores conservadores que não têm nada a ver com a nossa tradição”, afirmou. “Existe um eleitorado no país inteiro que quer votar nas candidaturas do PT e a gente tem que oferecer a este eleitorado alternativas decentes”
Ao lado de Pomar, Josafá Maciel, candidato à presidência estadual do PT no Tocantins, reforçou o compromisso com a militância e as bases sociais do partido. “É uma honra ter o apoio do Valter Pomar, que é uma liderança nacional. [...] Nossa candidatura vem nesse sentido”, disse, referindo-se à chapa.
Segundo Josafá, o objetivo de sua candidatura é reconstruir o partido a partir de suas origens populares. “O PT existe porque ele nasceu na militância social, na militância de base, nas igrejas, no sindicato, nos bairros, nas fábricas. E é esse partido que nós vamos construir e dirigir”, destacou.
Ele também enfatizou a necessidade de transparência na gestão partidária e de presença ativa nas lutas sociais. “Nós precisamos estar aonde a luta está. [...] O papel do PT é fazer isso aqui: juntar as lutas e ser esse porta-voz, esse aglutinador”
A eleição interna do PT no Tocantins está marcada para 6 de julho, e Josafá convocou os filiados a participarem ativamente do processo. “Nós disputamos o PT não só para ganhar, mas para construir, defendendo tese, defendendo aquilo que é a essência do Partido dos Trabalhadores, que é a defesa da classe”
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