Representante de Igualdade Racial no TO fala sobre onda de intolerância nas eleições

Para candidato, discurso de ódio não vai dar ao país o que ele precisa para sair da crise, que é a unidade.

Candidato avalia discurso de ódio nestas eleições e fala de representatividade
Descrição: Candidato avalia discurso de ódio nestas eleições e fala de representatividade Crédito: Preta Lu

Representante dos movimentos sociais, o ex-superintendente de Igualdade Racial de Palmas, Nélio Lopes (PSB), concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa (AL) nestas eleições. Em entrevista ao T1 na tarde desta segunda-feira, 17, o candidato a deputado falou sobre a representatividade que pretende levar ao Legislativo Estadual e sobre a onda de intolerância que se espalha no país a partir dos discursos do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), situação que Nélio Lopes vê como preocupante.

 

“Minha campanha é focada no combate ao preconceito, racismo, discriminação racial. Sou membro do Conselho Intertribal Internacional dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, presidente do Conselho de Igualdade Racial e fui superintendente. Eu luto pelo fortalecimento dos movimentos sociais, defesa de direitos, a oportunidade para jovens negros e mulheres negras, combate ao preconceito e racismo, principalmente. Essa é a minha bandeira”, declarou ao lembrar que o Brasil tem a segunda maior população negra do planeta.

 

“Eu enxergo com muita preocupação a adesão de muitas pessoas a esse candidato [Jair Bolsonaro]. O Brasil não precisa de pessoas que defendam o ódio, mas que defenda a oportunidade. Que se preocupe com o povo pobre que precisa dessa oportunidade. Precisamos de pessoas que resolvam o problema das pessoas, não que as rotule”, afirmou.

 

Para o representante de igualdade racial, o discurso do presidenciável pelo PSL não vai levar o país ao que, de fato, ele precisa: “a unidade”.

 

A justificativa para a onda de intolerância a partir dos discursos do presidenciável, segundo o candidato, se justifica “principalmente pelo sistema político em decadência no país. Mas a culpa não é só do político. É, também, da pessoa corrupta que vende seu voto. Isso só vai mudar a partir do momento em que houver a renovação da política”, argumenta.

 

Para ele, “o ser humano precisa fazer uma avaliação e entender que ele [o humano] foi feito para viver em coletividade. É preciso respeitar as diferenças e partir desse momento, fazer um autorreconhecimento de quem somos”.

 

Representatividade na AL

 

Nélio Lopes busca a representatividade política que afirma faltar no Legislativo do Tocantins e destaca que quer ser o exemplo para o jovem que quando criança, da periferia ou zona rural, precisa se enxergar em alguém e acreditar que é possível mudar sua própria realidade. O candidato também pretende lutar por recursos e geração de oportunidade aos que mais precisam. Outro destaque que busca em sua campanha é a conscientização do eleitor, que deve cumprir papel de cidadão cuidando do bem público e aprendendo a viver em coletividade, respeitando as escolhas de cada um.

 

“As pessoas não têm que ser medidas pela cor da pele ou pela região onde elas moram, mas pela capacidade intelectual que são geradas a elas”, finaliza.

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