Rossine revela que repassou parte dos R$ 6 mi para campanhas de ex-governadores do TO

Trechos de delação do empreiteiro Rossine Guimarães foram divulgados nesta segunda-feira, 28, em reportagem da TV Anhanguera

Delação premiada do empreiteiro Rossine Aires Guimarães
Descrição: Delação premiada do empreiteiro Rossine Aires Guimarães Crédito: Reprodução/TV Anhanguera

Novos trechos da delação premiada do empreiteiro Rossine Aires Guimarães, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, um dos alvos da Operação Ápia, deflagrada em 2016, foram divulgados nesta segunda-feira, 28, em reportagem da TV Anhanguera. A delação foi gravada ainda em 2017 e incluída em inquéritos da operação, que resultou na prisão do ex-governador Sandoval Cardoso.

 

Na última sexta-feira, 25, o Ministério Público Federal do Tocantins apresentou denúncia contra oito empreiteiros do Estado por formação de cartel e fraude em licitação, crimes supostamente ocorridos de 2010 a 2014. O MPF apurou, até agora, que o prejuízo material seria de mais de R$ 225 milhões.

 

Nestes novos trechos da delação, Rossine narra detalhes do esquema e diz que recebeu R$ 6 milhões por uma obra que não foi executada à época e que o dinheiro seria usado na campanha de Sandoval Cardoso na eleição de 2014. Rossine ainda revelou que os R$ 6 milhões foram divididos entre vários políticos do Tocantins e aponta que parte do dinheiro também foi destinada à campanha de Marcelo Miranda (MDB), ao ex-vice-governador João Oliveira e ao ex-secretário do governo de Sandoval, Kaká Nogueira.

 

Entre os políticos do Estado citados, Rossine ainda informou que o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos realizava em sua casa reuniões que tratavam da eleição de 2014 e que teria supostamente pago propinas ao assessor do parlamentar, conhecido como 'Jota'. Rossine não cita valores pagos ao deputado.

 

Conforme o Ministério Público Federal, as informações estão acompanhadas de provas que confirmam as falas de Rossine. Até agora duas denúncias foram protocoladas na Justiça Federal.

 

Citados na delação se pronunciam

 

Em nota enviada ao T1, o deputado Eduardo Siqueira Campos informou que não teve acesso ao conteúdo da delação citada e, portanto, não tem como tecer qualquer comentário sobre as afirmações do delator. “Cabe ressaltar que o deputado Eduardo Siqueira Campos não está sendo denunciado, ainda assim, jamais se esquivou de prestar qualquer esclarecimento. No entanto, sem ter acesso às supostas acusações, inviabiliza uma manifestação acerca do caso”, pontuou sua assessoria.

 

Em nota, o ex-vice-governador João Oliveira esclareceu que desconhece o conteúdo da delação citada pelo empreiteiro e que não é denunciado pelo Ministério Público Federal. João Oliveira afirmou que sempre esteve na vida pública “prezando pela ética e moralidade, nunca praticando ou ajudando em atos ilícitos - e devido a isso, jamais autorizou acordos e negociações em seu nome”. João Oliveira também ressaltou que está inteiramente à disposição para prestar quaisquer informações ou esclarecimentos complementares sobre a situação e eliminar qualquer dúvida sobre sua conduta, e ressalta que qualquer acusação de ilegalidade em seu nome é caluniosa.

 

O T1 Notícias tenta contato com as assessorias dos demais citados nesta matéria e ressalta que deixa o espaço aberto para considerações.

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