Senadores aprovam impeachment de Dilma Rousseff e mantém direitos políticos

Com 61 votos a 20, senadores aprovaram nesta quarta-feira, 31, o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. Senadores decidem agora se Dilma perde os direitos políticos por oito anos

Dilma é afastada definitivamente da presidência
Descrição: Dilma é afastada definitivamente da presidência Crédito: Foto: Agência Senado

O Senado Federal decidiu na tarde desta quarta-feira, 31, pela pelo impeachment de Dilma Rousseff. Por 61 a 20, os senadores votaram pelo afastamento definitivo da presidente e a posse de Michel Temer ocorrerá às 16 horas. Não houve abstenção.

 

O resultado foi comemorado com aplausos por aliados do presidente interino Michel Temer, que cantaram o Hino Nacional. O resultado foi proclamado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comandou o julgamento do processo no Senado, iniciado na última quinta-feira, 25.  

 

Direitos Políticos

O Plenário rejeitou a inabilitação de Dilma Rousseff para funções públicas por oito anos. Foram 42 a favor, 36 contra e 3 abstenções. Eram necessários dois terços dos senadores para aprovar.

 

Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, foi o primeiro chefe de governo brasileiro afastado do poder em um processo de impeachment, em 1992. Com Dilma Rousseff, é a segunda vez que um presidente perde o mandato pelo mesmo processo.

 

Dilma deve fazer uma declaração à imprensa. Senadores aliados da petista estão se dirigindo ao Palácio da Alvorada para acompanhar o pronunciamento.

 

Julgamento

A fase final de julgamento começou na última quinta-feira, 25 e se arrastou até hoje com a manifestação da própria representada, além da fala de senadores, testemunhas e dos advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro Ricardo Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa. Quatro senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ana Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação que ocorreu de forma nominal, em painel eletrônico.

 

Histórico

O processo de impeachment começou a tramitar no início de dezembro de 2015 quando o então presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores adversários políticos de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou a peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

 

No pedido, os três autores acusaram Dilma de ter cometido crime de responsabilidade fiscal e elencaram fatos de anos anteriores, mas o processo teve andamento apenas com as denúncias relativas a 2015. Na Câmara, a admissibilidade do processo foi aprovada em abril e enviada ao Senado, sendo analisada por uma comissão especial, onde foi aprovado relatório do senador Antonio Anastasia (PMDB-MG) a favor do afastamento definitivo da presidenta.

 

Entre as acusações as quais Dilma foi julgada estavam a edição de três decretos de crédito suplementares sem a autorização do Legislativo e em desacordo com a meta fiscal que vigorava na época, e as operações que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais, que se tratavam de atrasos no repasse de recursos do Tesouro aos bancos públicos responsáveis pelo pagamento de benefícios sociais, como o Plano Safra.

 

Biografia da Presidente Dilma Rousseff

Primeira mulher a se tornar Presidente da República do Brasil, Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, na cidade de Belo Horizonte (MG). Iniciou militância política aos 16 anos até chegar aos cargos de secretária e ministra. Foi eleita presidente em 2010, reeleita em 2014 e afastada definitivamente da Presidência em agosto de 2016, após ser condenada por crime de responsabilidade pelo Senado Federal.

 

(Com informações da Agência Brasil)

 

(Atualizada às 14h23)

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