Ao apresentar o relatório da Comissão Especial de Estudos para o Novo Ordenamento Econômico, Administrativo, Social e Político do Tocantins, Cenovo, o deputado Paulo Mourão que conduziu a realização deste estudo, concluiu que o Tocantins precisa mudar as prioridades de investimento do Estado e voltar a atenção para a educação. O relatório foi apresentado em sessão especial realizada no plenário da Assembleia Legislativa (AL) na manhã desta quarta-feira, 8, após treze sessões itinerantes realizadas durante cinco meses nos municípios do estado. O documento foi elaborado sob a coordenação da Universidade Federal do Tocantins (UFT), e tem o objetivo de mapear os gargalos do Estado e servir de plano para o governo. “Dificuldades existem, mas soluções para todas elas também existem”, ressaltou Mourão. Presente na sessão, o secretário de Planejamento, Davi Torres, parabenizou a iniciativa e garantiu que o documento será estudado e aproveitado.
Em entrevista à imprensa após a sessão, o deputado Paulo Mourão destacou a importância do relatório defendendo que pode ser utilizado como modelo inovador e reordenamento do estado, uma vez que contou com ampla participação popular. “O estudo é uma radiografia muito precisa da esperança que a sociedade tem na reconstrução do Estado e no reordenamento político administrativo como é também um plano de voo seguro já que a sociedade apresentou também caminhos simples para solucionar nossos problemas”, resumiu.
Planejamento e PPA
O Secretário Estadual de Planejamento, Davi Torres ressaltou a importância da consulta pública que abordada no estudo, e lembrou que muito do que consta no material já existe no PPA e no Planejamento Estratégico da gestão. “Para nós foi muito importante. Vamos analisar esse documento, sim. Nós temos hoje nosso planejamento estratégico e nosso PPA que é documento legal e esse aqui será uma ótima contribuição que a Assembleia está dando. Agora a maioria das ações já constam no nosso PPA, mas é importante essa consulta pública que a Assembleia fez e eu tenho certeza que nós vamos aproveitar o trabalho da Cenovo”.
Torres não deixou de lembrar da principal dificuldade econômica enfrentada pelo Estado, que segundo ele, trata-se do alto valor gasto com a despesa de pessoal. “A despesa de pessoal aumenta muito mais do que a receita do Estado e são vários de planos de salários. É muito difícil a gente colocar um limitador, mas verificarmos nesses últimos 3 anos não houve um aumento real, a não ser a data-base, então não teve nenhum plano novo que vá onerar a folha. Essa é uma questão é histórica. São salários altos e hoje praticamente 65% é despesa de pessoal. É algo que temos que combater e criar regras para não haver crescimento em 2018”, alertou.
Principais problemas
O deputado Paulo Mourão pontuou ainda em entrevista à imprensa as principais preocupações apontadas pela sociedade durante a realização a construção do relatório. “Nós notamos uma desesperança muito grande da juventude que está muito preocupada com a consciência política. Os jovens desse estado se afastaram das discussões políticas porque os governos fecharam suas portas. Não há discussões nem projetos que incluam os jovens. Outro fator apontado pela população foi a falta de qualidade e compromisso dos serviços públicos prestados à sociedade. Foram questionados a educação pelo baixo índice no IDEB, a falta de Segurança Pública, a oportunidade de lazer, a efetiva ação de proteção a família tocantinense, dentre outros. Outra grande preocupação apontada foi a geração de emprego. As pessoas estão preocupadas como o emprego ocorrerá para o jovem formando. Então precisamos nos despir das vaidades e observar o que a sociedade quer”.
Aplicabilidade das propostas
O relatório que mapeou os principais problemas, mas que também apresenta opções de solução será disponibilizado no Portal da Assembleia para que possa ser consultado e cobrado. “Fiz a solicitação ao Mauro Carlesse que possamos disponibilizar no sistema tecnológico de informação da Assembleia o projeto para que as pessoas consultem e possam se inteirar do processo. O cidadão precisa exercer seu papel de fiscalizador e debatedor e de construção de novas ideias”.
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