A secretária da Saúde, Vanda Paiva, esteve na manhã desta quinta-feira, 14, na Assembleia Legislativa e falou sobre a situação dos hospitais no Estado. A secretária, que esclareceu a retirada de materiais do HGP por um fornecedor.
“Já era esperado que quando a Pro-Saúde deixasse a gestão dos hospitais pudessem ocorrer problemas, pois nem tudo foi repassado como deveria, a exemplo dos procedimentos licitatórios”, disse a secretária, que citou a licitação de órteses e próteses, que segundo ela acontece no dia 25. “Na semana passada eu pedi a Pro-Saúde que ficasse ate o dia 25, mas ela se negou. Então convoquei as empresas que prestavam serviços para a Pro-Saúde para que ficassem até o dia 25 e elas concordaram e daí uma das empresas, sem comunicação, retirou o material do HGP”, explicou Vanda.
A secretária disse que uma nova empresa teria sido chamada para resolver o problema de imediato no HGP. “As cirurgias eletivas foram suspensas, mas os atendimentos de urgência continuaram”, frisou a secretária. De acordo com Vanda, após três dias a empresa que retirou os materiais do HGP procurou a Secretaria e disse que havia ocorrido um mal entendido e que um funcionário teria retirado o material sem autorização.
Caos em hospitais
As secretária admitiu a difícil situação na Saúde no Estado. “Nos últimos 10 anos, se pegarem os investimentos em saúde no Estado, os últimos feitos no HGP foram em 2002 e em 2003 houve a compra de alguns equipamentos. Depois de lá não se investiu nem cinco milhões na saúde. A falta de estrutura na saúde é séria e depois de visitar os hospitais posso dizer que, fora o Hospital de Arraias, os demais hospitais todos estão um caos”, afirmou a secretária.
Segundo a secretária R$ 150 milhões serão investidos na saúde. “Esse recurso é para reforma e ampliação do hospital de Augustinopolis e vem do Pro-investe. Vamos ter lá um hospital de 200 leitos e UTI e o Ministério da Saúde já se comprometeu a dar os equipamentos. O resto do recurso será destinado ao hospital de Araguaina, mas projetos exigem tempo. Lá teremos 400 leitos. Na semana passada foi aprovado aqui na Assembleia um empréstimo para duplicar o HGP e construção da maternidade de Porto Nacional, mas todas essas obras leva tempo em decorrência do projeto”, frisou a secretária.
Vanda disse que foi realizada uma dispensa emergencial para abastecimento dos hospitais e afirmou que não aceitará chantagem de fornecedores. “Houve uma dispensa emergencial de licitação para que não falte materiais nos hospitais. Já estamos fazendo os pregões e os fornecedores têm até 15 dias para entregar os produtos. Fora o HGP todos os hospitais tem material para funcionar até o fim do mês, mas há muitas licitações desertas", frisou a secretária, que citou o caso de seringas. "Onde faltar haverá a autorização para compra de fornecedores locais. Agora, não posso aceitar chantagem de fornecedor”, afirmou a secretária.
Parceria com Prefeitura de Palmas
Durante sua fala a secretária Vanda disse que uma parceria com a Prefeitura de Palmas estaria encaminhada, para instalação no antigo prédio da UPA Sul, para que lá sejam realizadas cirurgias eletivas. “Estamos esperando a doação do prédio pela prefeitura para que a gente possa reformar e lá se façam as cirurgias eletivas”, ressaltou. A secretária anunciou ainda um mutirão de cirurgias. “Vamos fazer esse mutirão de cirurgias eletivas, alguns médicos já se dispuseram e vamos pagar um valor de tabela por cirurgia”.
HGP
Voltando à situação do HGP, a secretária declarou: “O HGP é um hospital de alta complexidade, que não pode virar ambulatório. Hoje recebemos pacientes de vários estados, porque a qualidade dos nossos profissionais é muito boa e os equipamentos que temos no HGP são muitos bom. Eu por exemplo, se alguém da minha família se adoentar ,eu levo para o HGP. Lá está cheio de gente no corredor, mas tem atendimento e todo mundo está medicado”, afirmou Vanda.
“O estado está organizando a Saúde, não posso dizer para vocês que vamos resolver logo. Se eu dissesse isto estaria mentindo. Por mais que tentemos resolver, nós temos falta de leitos. Nosso problema chama-se regulação. Nosso problema é sério, pois quanto mais melhora a saúde aqui no Estado, mais pacientes de outros estados a gente atende”, disse a secretária.
Durante sua fala a secretária enfatizou ainda que o concurso público para a área será feito ainda este ano. “Não só para médico, mas para substituir todos os contratos”, afirmou a secretária. Vanda destacou ainda o convênio de R$ 5 milhões firmado com o Ministério da Saúde.
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