Vereadores criticam toque de recolher e apontam que fechar bares não resolve

Na defesa do decreto que regula horários, a Polícia Militar afirma que índices de crimes reduziu de forma considerável e que resultado é um conjunto de policiamento ostensivo e a medida da Prefeitura

Em sessão na manhã desta segunda-feira, 21, os vereadores de Araguaína criticaram e divergiram sobre o decreto 039 da Prefeitura que regula o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais como bares e conveniências.

Os parlamentares culparam o Governo do Estado pela insegurança na cidade e apontam que fechar bares não resolve os problemas da segurança pública na cidade. Os vereadores destacaram que os índices de violência na cidade só serão resolvidos com o policiamento ostensivo que deveria ser realizado com frequência. 
O debate veio após uma onda de violência na cidade que resultou num policiamento ostensivo com envio de forças de outras regiões para Araguaína na operação Saturação.

O assessor de comunicação da Polícia Militar (PM) em Araguaína, capitão Clégio Valadares Barbosa, disse em entrevista ao T1 Notícias nesta terça, 21, que a maioria dos homicídios na cidade aconteceu em bares. Segundo o capitão, desde a última quarta-feira não são registrados homicídios. Antes o índice era de um homicídio a cada dois dias. “Os índices caíram de forma considerável”, frisou o capitão. 
Questionado se a redução dos índices de violência não seria causada pelo policiamento ostensivo, o capitão apontou que “é um conjunto de tudo”.

Também falando ao T1 Notícias nesta manhã, a vereadora Terezona (PR) foi taxativa ao afirmar que o decreto não vai resolver os problemas com os índices de crimes em Araguaína. Para ela, o policiamento ostensivo que não vinha sendo realizado é a solução. Terezona destacou que o decreto afeta a economia não só dos bares, mas é um efeito cascata que atinge todo o comércio da cidade. “O que vai resolver é o policiamento nas ruas. Estamos próximo a Pecuária de Araguaína e como vamos fazer? Se for para fechar os bares vai acabar com. Isso atinge a todos os comerciantes de uma forma ou de outra”, frisou Terezona.

Durante a sessão desta segunda-feira, 20, o presidente da Câmara, Marcus Marcelo, destacou que a procuradoria da Câmara vai se manifestar em parecer sobre a legalidade do decreto da Prefeitura e frisou que a Casa de Leis pode discutir o tema com o prefeito Ronaldo Dimas (PR). Contrário ao posicionamento do Executivo Municipal, o vereador Divino Bethânia Jr pediu que fosse revogado, pois os empresários e músicos não devem pagar pela falta de segurança em Araguaína. “Revogue esse decreto e que o prefeito envie projeto de lei para que os vereadores discutam as alterações necessárias para o Código de Postura. Não vamos pagar pelo erro do Estado na segurança pública da nossa cidade”.

O vereador Ferreirinha enfatizou que o prefeito foi pressionado pela sociedade para que fosse feito algo com relação a violência em Araguaína e por isso teve que baixar esse decreto. “O que falta é policiamento nas ruas de Araguaina e isso é papel do Estado! Vamos conversar com o prefeito porque o povo têm direito de ir e vir e beber cachaça até a hora que quiser!”

Oposição ao Executivo Municipal, a vereadora Silvinia Pires ressaltou que neste final de semana não houve nenhum crime em Araguaína porque a polícia estava nas ruas. “Não teve criminalidade porque os policiais estavam nas ruas. Colocam nos ombros dos comerciantes a culpa da criminalidade pela falta de policiamento em Araguaína”, destacou Silvinia. Já o vereador Gipão disse em sua fala que é a favor do decreto por ser uma medida emergencial para conter a violência no município, porém ele teria que ser repensado.

(Com informações da Câmara de Araguaína)

 

Comentários (0)