Vereadores prorrogam comissão que quer criar distrito no Taquaruçu Grande

Parlamentares também discutiram sobre a realização de reuniões com Ministério Público e demais órgãos competentes; moradores locais resistem à criação do distrito

Crédito: Reprodução/Youtube

Em sessão realizada na Câmara Municipal de Palmas nesta quarta-feira, 12, a comissão especial instituída para elaboração de estudos e projetos sobre a criação do distrito de Taquaruçu Grande teve seu prazo de funcionamento prorrogado por mais 120 dias. Durante a plenária, também foram discutidas deliberações importantes como a realização de reuniões com o Ministério Público, companhias de energia e abastecimento de água, além de empresas de telecomunicações.  

 

O relator Eudes Assis explicou que o objetivo é discutir projetos para Taquaruçu Grande, garantindo que todas as questões sejam tratadas com a devida seriedade e participação de órgãos competentes. Assis ressaltou a necessidade de condições adequadas para a população, além de destacar a importância da iluminação pública, água tratada e serviços de telecomunicação. 

 

O vereador frisou também a importância de fornecer condições dignas aos moradores de Taquaruçu Grande. Ele mencionou que, após a regularização do distrito, a BRK Ambiental se comprometeu a fornecer água tratada imediatamente, enquanto o esgoto será planejado e implementado posteriormente. A prioridade é assegurar que a população tenha acesso a serviços básicos de qualidade. "Há poucos dias, aqui mesmo na própria CPI da BRK, nós comunicamos a ele a respeito do Taquaruçu Grande e ele deixou bem claro que, no momento que houver a criação do distrito, será regularizada a situação daquela população ali que passa de dois mil moradores", completou Eudes. 

 

Comunidade local resiste

O movimento para criar o distrito do Taquaruçu Grande está gerando opiniões contrárias na comunidade local, por parte da ONG Água Doce, de líderes religiosos e da Universidade Federal do Tocantins. A presidente da organização, Noeli Maria Sturmer, alertou sobre a escassez mais acelerada das águas em razão da degradação das margens e assoreamento do córrego, que é uma das principais fontes de abastecimento da capital. 

 

“Eu sento na área de fundo da minha casa, olho para o córrego e tem dia que eu choro de ver o quanto o fluxo da água diminuiu e vai diminuindo a cada dia”, disse Noeli em depoimento dado na reunião realizada na Paróquia Bom Jesus da Serra, no último dia 2. 

 

Moradores que estão na região há mais de 30 anos deram seus depoimentos. Os mais recentes, que compraram áreas irregulares, fracionadas por proprietários de terra, também se posicionaram contra a degradação das fontes hídricas, mas também em busca de uma solução que regularize suas áreas. Uma das alternativas seria um distrito rural, onde fosse possível regularizar o que já está construído e não fosse permitido mais loteamentos.

 

Por parte da UFT, o movimento é liderado por uma comissão de arquitetos, que acompanha e monitora as alterações na legislação, além de seus impactos ambientais em Palmas. “Não estamos aqui só para ouvir e ir embora”, disse o professor, na mesma reunião do dia 2, João Bazzoli.



Uma das acusações feitas durante a reunião, é a de que a Câmara de Palmas realizou uma audiência pública sem apresentar os mapas de como ficaria a região em caso de aprovação do Distrito e sem um estudo de impacto ambiental e social, um EIA/Rima. “Eu fiquei com vergonha de ver um profissional, que se apresentou aqui, ser incapaz de apresentar um mapa para a comunidade e mostrar o que se pretende fazer aqui”, disse a moradora e ambientalista Laudovina Pereira. Ela se referiu ao arquiteto Walfredo Antunes, contratado pela Casa para apresentar o tema na audiência pública realizada no distrito.

 

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