O candidato a vice-governador do Tocantins pelo PSOL, Derisvan Bezerra da Silva, desistiu da disputa há nove dias das eleições. “Eu tomei essa decisão devido à mudança de postura do partido. Tínhamos um projeto de campanha pé no chão e, de repente, mudou de posicionamento e apareceu estrutura”, disse se referindo a uma caminhonete e um trio elétrico que o partido “conseguiu” para fazer a campanha da majoritária Eula Angelim.
Os motivos alegados por Derisvan são “estrutura de trio, caminhonete, além de atacar um candidato em benefício de outro”, disse ao informar que já encaminhou sua desistência ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) às 14 horas desta quinta-feira, 25.
Derisvan declarou que o partido não tinha qualquer condição financeira de estrutura e “depois que começaram os ataques fomos beneficiados”. Segundo ele, o trio e a caminhonete se encontram com a direção do partido, Dorineide e seu esposo Cássio Cley.
O agora ex-candidato a vice afirmou, ainda, que o comunicado de desistência foi feito aos candidatos da proporcional - federal e estaduais –, com quem esteve em reunião e também disseram que irão deixar de apoiar a campanha de Eula Angelim, seguindo apenas com suas campanhas individuais.
Crise interna
O secretário-geral do PSOL, Cassio Cley, e esposo da presidente do partido disse ao Portal T1 Notícias que Dorisvan “de vice só tinha o nome. Nunca ajudou em nada e já tínhamos desconfiança de que ele era fiscal do Sandoval”, acusou.
Em defesa do grupo que tem Eula Angelim como candidata ao Governo, o secretário afirmou que, quando houve a desistência de Joaquim Rocha, Derisvan queria assumir o cargo e os correligionários não aceitaram. “E agora nós confirmamos que ele está a serviço do grupo do Sandoval, com essas ações que ele está tomando”, disse.
“Ele não nos representa. Não existem esses argumentos que ele está falando”, garantiu.
Trio e caminhonete
O secretário disse ainda que a estrutura a qual Derisvan se refere, um trio e uma caminhonete, está com o partido há três dias e é fruto de doação de amigos do esposo da candidata a governadora. “Eles não são pessoas que não conhecem ninguém. O esposo da candidata mobilizou junto a amigos do casal que viram nossa dificuldade”, disse ao assegurar que “não tem nenhuma ligação com qualquer outra coligação”.
Para Cássio, o que “eles reclamam é que o candidata questionou Sandoval no dia do debate, porque o Miranda não estava lá, mas é uma pergunta de Estado” e disparou: “herdamos uma herança maldita de grupos que estão dentro do PSOL. Pessoas filiadas trazidas por alguns”. Ainda de acordo com o secretário, o comitê financeiro se localiza na própria residência da candidata.
No TSE
Em consulta a prestação de contas de Eula Angelim no sistema do TSE é possível verificar um lançamento de receita. Trata-se de um cheque de R$5 mil doados pelo Hospital de Urgência de Palmas LTDA, no dia 27/08/2014.
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