Vicentinho protocola queixa crime contra Carlesse e pede investigação de patrimônio

Na petição constam denúncias de dois tipos de crime: falsidade ideológica para fins eleitorais e lavagem de dinheiro

Governador eleito Mauro Carlesse
Descrição: Governador eleito Mauro Carlesse Crédito: Lia Mara/Governo do Tocantins

Uma queixa crime contra o atual governador interino e vencedor da eleição para o mandato tampão, Mauro Carlesse (PHS), foi apresentada ao Ministério Público Federal na terça-feira, 26, pelo senador Vicentinho Alves (PR), candidato no segundo turno do pleito suplementar.  Na petição constam denúncias de dois tipos de crime: falsidade ideológica para fins eleitorais e lavagem de dinheiro. O pedido ao MPF se baseia em reportagem veiculada pela revista de alcance nacional “Isto é”, que divulgou detalhes sobre a ação judicial doméstica movida pela ex-mulher de Carlesse, Rosangela Catarina Kiriliuk.

 

A petição solicita a instauração de um inquérito policial, sugerindo que seja requisitado ao Juízo da 2ª Vara da Família de Barueri – São Paulo cópia integral da ação do divórcio entre Carlesse e Rosângela; quebra de sigilos bancários do governador interino e das empresas que constam em suas declarações de patrimônio apresentadas nos registros de candidatura de 2012, 2014, e 2018.

 

De acordo com a petição, Rosangela demonstrou, no processo litigioso, um patrimônio de mais de R$ 100 milhões pertencente ao ex-marido, Carlesse, que alegou à Receita Federal e à Justiça Eleitoral patrimônio de apenas R$ 2,9 milhões na ocasião do registro de sua candidatura ao governo do Tocantins.

 

Entre os bens ocultados pelo governador, a petição cita 14 fazendas, oito imóveis, 14 empresas, um jatinho King Air e vários automóveis de luxo. Na reportagem à revista, a ex-esposa de Carlesse também afirmou que “para tentar ludibriar as autoridades, Carlesse coloca tudo em nome de laranjas”, e citou que um deles é seu sobrinho Claudinei Aparecido Quaresmin, seu atual secretário de Governo.

 

A petição de Vicentinho levanta o questionamento do acordo feito entre o casal, durante o processo de divórcio, no qual ficou estabelecido que Carlesse repassasse a Rosângela bens no valor de R$ 30 milhões. A denúncia ainda aponta o patrimônio de Carlesse declarado nas eleições de 2012, quando ele disputou a eleição para prefeito em Gurupi, no valor de R$ 32 milhões. O documento destaca ainda o patrimônio declarado por Carlesse em 2014, na eleição para deputado estadual, no valor de R$ 35 milhões. “Ou seja, o governador interino jamais poderia declarar R$ 2,9 milhões em posses”, destaca a denúncia em passagem no documento.

 

Em entrevista ao T1 Notícias nesta quinta-feira, 28, o advogado Solano Donato, que atuou em defesa da coligação de Vicentinho na eleição, apesar de não ter litigado a queixa crime, esclareceu como funcionará o trâmite. “Aberto o inquérito, feitas as investigações para saber se houve crime ou não e observado a existência de crime, o Ministério Público fará uma denúncia direcionada à Justiça. Há na petição a ilação de existência de dois crimes, um no âmbito eleitoral e o outro crime no âmbito da Justiça Federal, a lavagem de dinheiro”. Quem vai analisar o pedido de investigação e posterior denúncia contra Carlesse é o procurador da República, Álvaro Manzano.

 

O T1 solicitou, por e-mail, um posicionamento à assessoria de Carlesse sobre as denúncias e aguarda retorno. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

 

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