O suplente de deputado José Augusto Pugliese disparou ontem, quarta-feira, 11, contra um movimento de bastidores pregado por alguns articuladores para desestabilizar a pré-candidatura da senadora Kátia Abreu (PDT), com o argumento de que Kátia teria crescido pouco, em virtude de ter o perfil “brigador” e assustar as lideranças. “A Kátia está há um ano rodando o Estado de carro, ouvindo as pessoas, e construindo o melhor projeto de governo para o Tocantins. Ela só incomoda os que buscam facilidades”, disse ele ao T1 Notícias.
Um grupo já estaria em campo na tentativa de orquestrar um grande acordo em torno do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Carlesse (PHS), para o processo de renovação das eleições previsto para junho. Num jantar realizado na terça-feira, 10, à noite, com a presença do deputado federal Carlos Gaguim, da deputada federal Professora Dorinha (DEM), do deputado César Halum (PRB), e do deputado Lázaro Botelho (PP), o presidente da Assembleia teria feito um convite a todos para que fiquem com ele nas próximas eleições num grande acordo, que excluiria o senador Vicentinho Alves (PR) e a senadora Kátia Abreu do processo de eleições suplementares.
A proposta teria sido levada a Vicentinho pelo deputado Lázaro Botelho, com forte reação do senador, que não permitiu sequer que ele concluísse o raciocínio. “Não há hipótese de que eu abra mão de disputar essa eleição, pode parar por aí”, teria dito o senador. Já a senadora Kátia Abreu teria recebido o recado de que, caso concordasse com o acordo, todos apoiariam Carlesse, que se comprometeria a assinar um documento abrindo mão da disputa em outubro. O grupo ficaria de montar a chapa das eleições regulares depois.
“Quem usa o argumento de que a senadora é de briga, está confundindo as coisas para prejudicá-la. O que eu vejo é o contrário. O perfil dela é de uma pessoa obstinada, muito justa. Quando ela se propõe a alcançar um objetivo ela planeja, organiza suas ações e vai à luta”, contrapõe Zé Augusto.
“Histórico é de posições firmes”, afirma Zé Augusto
Relembrando os episódios recentes que atribuíram à senadora a fama de “boa de briga”, José Augusto Pugliese lembra do embate no MDB. “A única possibilidade do Marcelo Miranda ser candidato a governo era ter ao lado dele uma pessoa com o perfil da senadora. Ela buscou a presidente da República, para influenciar o vice-presidente Michel Temer a fazer algo que nunca tinha conhecido na história do MDB: uma intervenção. Vocês podem se lembrar que já havia ocorrido uma convenção em que o Miranda teve cinco votos apenas”, relembra Zé Augusto.
Sobre o rompimento com Miranda, o ex-deputado lembra que a ação que desencadeou o fato não partiu da senadora. “Até onde eu sei, tinha sido feito um compromisso com o deputado Irajá, e o governador depois de eleito não quis dar o que ele havia combinado. Lembro que isso custou um dano enorme à gestão dele, por que a senadora reagiu ao gesto que foi feito de desmoralização do deputado (convite feito a membros do partido, após recusar as indicações do mesmo)”, rememora Zé Augusto. Naquele momento, avalia o ex-deputado, Miranda deixou de contar com um corpo técnico de qualidade e de grande influência política.
Ouvindo políticos empresários e populares
O gesto da senadora em buscar ouvir de prefeitos, vereadores, até comerciantes e cidadãos comuns para formular um plano de governo, foi ressaltado por José Augusto Pugliese. “Eu tenho tido o prazer de acompanhar essas reuniões, em que é feita uma técnica em que quem fala se coloca na posição de governador por um dia e diz o que ele enxerga como maior necessidade do Estado”, ilustra. Percorrendo o Estado todo de carro, com uma equipe pequena, o ex-deputado afirma que a senadora está mais que habilitada para disputar a eleição. “Ela conhece hoje a realidade do Tocantins como ninguém”, afirma.
Rejeição é argumento de adversários
Para o ex-deputado a senadora tem saído de todos os municípios por onde passa bem maior do que entrou. “Esta atitude dela traz as pessoas para perto. Quando ela sai, leva os elementos que cada um contribuiu e fica muito mais forte do que quando chegou. Já percorremos 100 municípios, sem gastar uma hora de voo”, comenta.
Aos que dizem que mesmo tendo trabalhado mais que qualquer outro pré-candidato nos últimos meses, a senadora ainda enfrenta grande rejeição, o deputado resume: “é o contrário. Vejo que a rejeição da Kátia está na boca dos adversários. Daqueles que querem pleitear a mesma vaga que ela. Quem quer combatê-la, como sempre, são os que estão na eleição buscando facilidades e estão buscando colocar defeito onde não tem”, finalizou.
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