Zé Roberto e Rocha Miranda são ouvidos pela PF; deputado nega envolvimento

Zé Roberto foi questionado sobre a prorrogação de convênios firmados com prefeituras enquanto era superintendente do Incra; Rocha Miranda esclareceu sobre convênio enquanto era prefeito de Araguatins

Deputado Zé Roberto prestou depimento à PF
Descrição: Deputado Zé Roberto prestou depimento à PF Crédito: Foto: T1 Notícias

Os deputados estaduais Zé Roberto (PT) e Rocha Miranda (SD) foram alvos da operação Rota 26, da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta segunda-feira,3, e encaminhados à sede da instituição para prestar depoimentos. Ao sair da PF, Zé Roberto falou com a imprensa e destacou que não foi necessário ser levado coercitivamente, pois se dispôs a ir de livre vontade. Ele detalhou que foi convidado a prestar esclarecimentos sobre convênios do Incra firmados na época em que ele foi superintendente do órgão.

 

“A maioria dos convênios que eles me perguntaram eu não lembrava porque são muito antigos. E a maioria das perguntas foi a respeito da prorrogação desses convênios. Na época que eu era superintende todos esses convênios foram aprovados pelos órgãos de controle, agora a CGU suspeita que há indícios que essas prorrogações possam ter gerado prejuízo ao erário público, o que eu desconheço. A maioria dos convênios são há 10, 12 anos e eu não lembrava muito bem. Vou ter acesso agora ao inquérito para que eu possa detalhar com mais tranquilidade”, explicou o parlamentar.

 

Zé Roberto ainda abordou brevemente a relação do também deputado Rocha Miranda, que na época era prefeito de Araguatins, e um dos convênios que está sendo alvo da investigação foram firmados com esta prefeitura. “O Rocha Miranda era prefeito de Araguatins na época. Araguatins é o município que mais tem assentamento no Tocantins e um dos questionamentos feitos pela polícia foi a respeito desse convênio, que na minha avaliação não trouxe nenhum dano ao erário público”, opinou o deputado.

 

A Controladoria Geral da União (CGU) investiga três convênios e quatro contratos com municípios da região do Bico do Papagaio, firmados no período de 2008,2009 e 2010. Zé Roberto afirmou ainda que esclareceu o que se lembrava e reforçou que não compactuou com qualquer irregularidade. “São convênios antigos com as prefeituras de Araguatins, Buriti e Esperantina. Na época eu era superintendente, então eu me lembro que os órgãos de controle até diziam que a gente era rígido demais nos controles, que a lei não autorizava a gente ser tão rígido. Não tive conhecimento de nenhuma irregularidade”.

 

Na saída da sede da PF, o deputado estadual Rocha Miranda não quis falar com a imprensa e apenas pronunciou alguns xingamentos aos repórteres de várias emissoras e veículos de comunicação que estavam no local.

 

Em nota enviada à imprensa nesta tarde, o deputado Zé Roberto reiterou que não foi conduzido coercitivamente pela PF. “fui e voltei dirigindo o meu veículo. Na Polícia Federal, tive acesso à parte do inquérito, de 2007 e 2008, processo iniciado pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2015, oito anos depois de ter feito as obras (construção de estradas nos assentamentos)”, ressaltou o deputado.

 

Zé Roberto disse ainda que está tranquilo, “pois todos os procedimentos adotados foram de acordo com a Lei, inclusive os órgãos de controle diziam que em minha gestão, éramos muito mais rígidos que a própria Lei autorizava ser, exatamente para que as obras pudessem ser feitas e concluídas”.

 

Veja nota na íntegra:

 

Nota a população

Companheiras e companheiros,

Hoje, ao me preparar para sair de casa para exercício matinal, fui abordado pela Polícia Federal, que bateu na porta da minha casa com um mandado de apreensão de equipamentos eletrônicos (celulares e tabletes) e intimação para ir à PF prestar esclarecimentos sobre um inquérito, que no momento não sabiam me informar do que se tratava.

A primeira mentira dita pela grande imprensa e que se espalhou na internet é que o mandato foi coercitivo, e isso não é verdade, fui e voltei dirigindo o meu veículo. Na Polícia Federal, tive acesso à parte do inquérito, de 2007 e 2008, processo iniciado pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2015, oito anos depois de ter feito as obras (construção de estradas nos assentamentos). A maioria das perguntas foram referentes à prorrogação do prazo de convênio dessas obras.  

Quem é gestor sabe da dificuldade desses convênios em relação ao atraso de pagamentos. Como todos os meus atos foram de acordo com o parecer da equipe técnica e jurídica do INCRA, sempre tive bastante cuidado e zelo pelo bem público. Estou tranquilo, pois todos os procedimentos adotados foram de acordo com a Lei, inclusive os órgãos de controle diziam que em minha gestão, éramos muito mais rígidos que a própria Lei autorizava ser, exatamente para que as obras pudessem ser feitas e concluídas. Se os convênios foram prorrogados, foi para que as prefeituras concluíssem o trabalho. Agradeço a solidariedade e reafirmo meu compromisso e luta com as trabalhadoras e trabalhadores, na luta para um país mais justo.

 

Rocha Miranda envia nota

O deputado Rocha Miranda também se manifestou no final desta tarde, por meio de nota da assessoria de comunicação onde afirmou que “não participou de nenhuma atividade irregular em sua gestão e se encontra a disposição da justiça para qualquer explicação referente a operação”.

 

Veja na íntegra:

 

Nota

Em atenção à imprensa e a sociedade, o Deputado Estadual Rocha Miranda vem por meio de sua assessoria informar que esteve na manhã desta segunda-feira, 03 de abril, na sede da Policia Federal, para prestar esclarecimentos referente a operação Rota 26, que investiga supostos atos ilícitos cometidos por agentes públicos na época em que ocupava o cargo de Prefeito de Araguatins.

Informa que não participou de nenhuma atividade irregular em sua gestão e se encontra a disposição da justiça para qualquer explicação referente a operação.

Att,

Assessoria

Deputado Estadual Rocha Miranda

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