Duas coisas são inquestionáveis no ideário tocantinense:
- a criação do Estado não foi uma luta individual de Siqueira Campos;
- a criação do Estado não aconteceria sem Siqueira Campos.
José Wilson Siqueira Campos personifica o que nos encanta e inspira: a jornada do herói, seja ela mítica, folclórica ou bíblica.
Ao observar as inúmeras dificuldades que os gestores públicos tocantinenses enfrentam diariamente, imaginemos o desafio hercúleo em tornar corpórea a Administração Pública Tocantinense.
Tal como Vargas para o serviço público nacional, coube a Siqueira o cuidado em dotar o Estado do Tocantins com a máquina administrativa responsável pelo serviço e pelas políticas públicas que até então essa região não conhecia, além da implantação das instituições que constituem o Estado Democrático de Direito advindo da Constituição de 1988.
A infraestrutura do Estado, suas novas rodovias, equipamentos públicos, e, por fim, Palmas, a última capital planejada do século XX e sua influência polarizadora e determinante de desenvolvimento regional.
Mas, além do físico e corpóreo, Siqueira empreendeu na formação de signos e símbolos: o Palácio Araguaia (seu mural e frisas), a Praça dos Girassóis, o monumento aos dezoito do forte de Copacabana, Memorial Coluna Prestes, o Divino Espirito Santo, ou até mesmo o Girassol (Planta do Sol).
Ainda no Pós-Material, o Parque Estadual do Cantão, Jalapão e Lajeado, bem como diversas Áreas de Proteção Ambiental mostram um protagonismo único do Governador Siqueira Campos na área ambiental e com o futuro.
Joseph Campbell, mitologista, conceitua a jornada do herói, ou monomito, da seguinte maneira:
“Um herói vindo ao mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas – forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes”
Saindo de um Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de 0,369 em 1991, primeiro ano de sua apuração, para 0,699 em 2010, é cristalina a dignidade alcançada e materializada após a criação do Estado do Tocantins e é impossível não se recordar de Siqueira Campos a cada vez que estudamos os desafios para concretizar o comando do art. 13 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias.
Cumprida a jornada do herói, só nos resta agradecimento e inspiração.
“A vida é breve, a arte é longa”.
Rolf Costa Vidal, é advogado, mestrando em Desenvolvimento Regional, especialista em Direito Público e sócio administrador do escritório Costa Vidal Advocacia. Na esfera pública ocupou os cargos de Secretário-Chefe da Casa Civil (2018-2021) e Secretário de Estado da Juventude (2014), ambos no Governo do Estado do Tocantins.
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