Baixa umidade agrava síndrome do olho seco no TO: Susan Yano aponta cuidados

Confira a entrevistada médica Susan Yano ao portal T1 Notícias sobre a Síndrome do Olho Seco, que se agrava no Tocantins nos dois meses mais secos do ano.

Crédito: Assessoria de Imprensa

Nesta época do ano, em que a baixa umidade faz parte da nossa rotina, principalmente no Tocantins, um problema recorrente na região é a síndrome do olho seco, uma deficiência na produção de lágrima ou evaporação excessiva da lágrima, que é responsável por lubrificar o globo ocular, fazendo com que o olho fique mais irritado, e levando ao surgimento de sintomas, como coceira intensa, vermelhidão, sensação de queimação, picada ou de cisco nos olhos, sensibilidade à luz e visão embaçada. A disfunção da síndrome do olho seco atinge, em média, 13% da população brasileira, de acordo com dados da Tear Film Ocular Surface Society (TFOS).

 

Susan Yano, médica oftalmologista, alerta para os riscos dessa doença que afeta também muitos tocantinenses nesse período de estiagem. Ela ressalta que o tratamento da síndrome do olho seco é feito pelo oftalmologista, e varia de acordo com a gravidade dos sintomas, podendo ser indicado ter alguns cuidados durante o dia, uso de lágrimas artificiais, compressas mornas, colírios ou pomadas oftálmicas anti-inflamatórias. Confira a entrevista:

 

O que é a síndrome do olho seco?

 

A síndrome do olho seca é uma doença oftalmológica que atinge os olhos e está relacionada com ou a quantidade da lágrima, que não é suficiente, ou a qualidade. Às vezes, uma lágrima que é produzida pelo olho, que às vezes é de qualidade ruim. A síndrome pode provocar inflamações, pode provocar vermelhidão, pode causar ardência no olho, inclusive lacrimejamento.

 

Existem alguns fatores que estimulem particularmente o aparecimento desta patologia inflamatória?

 

Geralmente, a síndrome está relacionada com o ambiente, então às vezes o tempo muito seco, às vezes a exposição muitas horas na tela, computador, celular. Às vezes a pessoa fica muito tempo e acaba piscando menos.Também está relacionado com medicamentos, por exemplo, diurético, antidepressivos. Então, tem alguns medicamentos que também provocam a síndrome do olho seco. E outro fator também às vezes é algumas doenças, por exemplo, doenças reumatológicas. Tem uma doença que provoca muita secura no olho, que é a síndrome de Sjogren. Ela causa um ressecamento, é uma doença reumatológica. E outras doenças inflamatórias também podem levar ao ressecamento ocular.

 

Quais são as melhores formas de prevenção da síndrome do olho seco? A prevenção, então, depende do fator?

 

Causal. Então, por exemplo, se às vezes a síndrome está sendo provocada pela questão do ambiente, então tem como melhorar o ambiente com umidificadores e melhorar as condições, não ficar tanto tempo exposto às telas de celular, computador. E também usar os lubrificantes para olho. Porque daí, às vezes, a pessoa fica muito tempo de frente com esses equipamentos e acaba que o olho vai ressecando pela falta do piscar do olho e, às vezes, com o uso do lubrificante, ajuda a melhorar e prevenir.

 

Existe alguma explicação para essa síndrome ter vindo a aumentar nos últimos anos?

 

Nos últimos anos, aumentou realmente a síndrome porque a gente fica muito mais tempo exposto à tela, tela do computador, tela de celular. E isso, essa exposição, a gente acaba piscando menos, o olho fica mais exposto nessa hora e acaba provocando os sintomas do olho seco.

 

A síndrome do olho seco pode ser um sintoma para outro tipo de doença? Se sim, de que gênero?

 

A síndrome realmente pode ser sintoma, sim, para outras doenças, por exemplo, doenças reumatológicas. Então, a pessoa que tem alguma doença reumatológica, às vezes o diagnóstico vem do consultório oftalmológico. Às vezes na consulta mesmo a gente faz diagnóstico de olho seco, muitas vezes olho seco severo e acaba chegando ao diagnóstico de alguma doença reumatológica.

 

Segundo vários especialistas, é cada vez mais vital reforçar a atualização científica nesta área da oftalmologia porque as inflamações são situações oftalmológicas muito graves. Concorda?

 

Com certeza, é muito importante essa questão do estudo das causas e diagnóstico e tratamento do olho seco, porque tem sido muito mais frequente, mais comum. Também porque o olho seco acaba levando a outros tipos de infecções. Então, quando a pessoa tem o olho muito seco, acaba deixando o olho mais exposto a infecções, por exemplo, conjuntivites, ou até mesmo infecções na córnea. Às vezes, pode ter úlcera de córnea.

 

Então, às vezes doenças muito graves, que podem levar, inclusive, à cegueira. É claro que em casos extremos, mas às vezes a pessoa pode ter um sintoma que provoca alguma outra infecção mais grave. E aí, com isso, pode ter, às vezes, ter que fazer um tratamento com antibiótico, inclusive. E, se não tratado, pode até levar à cegueira.

 

Colírio de soro autólogo

 

O colírio de soro autólogo sorotears, tratamento desenvolvido pelo Hemocentro São Lucas (HSL) e pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), é uma opção de tratamento inovadora e segura para a síndrome do olho seco. Afirmam os médicos. Mas é importante ressaltar que esse tratamento deve ser prescrito por um médico oftalmologista e se você foi diagnosticado com a síndrome do olho seco, converse com seu médico sobre o colírio de soro autólogo.

Comentários (0)