Foram cinco expedições para a Amazônia realizadas em 2011, com uma câmera tradicional Hasselblad, de formato quadrado, e 474 filmes preto e branco. “Queria fazer um trabalho que não fosse jornalístico, documental, realista, mas uma viagem pessoal que surgisse exclusivamente da vivência direta com a região amazônica e com as pessoas que se encontram lá”, conta o fotógrafo Edu Simões. “Conheci a região nos anos 80 e estive lá muitas vezes. Sabia que um dia teria de voltar para mostrar a Amazônia que me fascina e me impressiona: a floresta, as águas, as pessoas”.
O resultado destas expedições é o livro Amazônia, da Terra Virgem Editora, com lançamento em 3 de maio, no Espaço Conceito Natura, em São Paulo.
A Natura é patrocinadora da obra. “Buscamos conhecer a Amazônia e seus povos. Iniciamos esse contato há mais de dez anos, estabelecendo relações com comunidades fornecedoras de ativos da biodiversidade. Ao longo desse tempo, aprendemos com elas sobre os elementos e os desafios da floresta. Hoje queremos aprofundar esse vínculo”, afirma Rodolfo Guttilla , diretor de assuntos corporativos da Natura.
“Na sua jornada fotográfica Edu Simões transforma cenas cotidianas em imagens surpreendentes, às vezes enigmáticas. O livro é uma construção densa que espelha essa relação íntima que o fotógrafo soube estabelecer ao longo de um ano de imersões na floresta.
As paisagens e os personagens exalam algo onírico: este é um traço singular, silencioso e subjetivo da linguagem visual de Edu Simões" afirma o editor Roberto Linsker.
O livro Amazônia propõe um caminho fotográfico a ser percorrido pelo leitor: a câmera começa em paisagens abertas, com muito céu e água; depois aproxima-se dos peixes, dos portos, das cidades e seus habitantes. A partir daí, surge a mata, com árvores e troncos gigantescos, florestas inundadas e igapós, e os retratos de quem vive dessa riqueza – os catadores de caranguejos, o vigia e o carregador o imenso peixe Pirarucu, os castanheiros do Iratapuru.
Para Marcelo Macca, que assina o texto de abertura, o livro “não estampa araras, índios, garimpos ou estradas precárias comidas pelas florestas. São imagens sóbrias, às vezes sombrias, de uma Amazônia menos exótica, menos épica (...). Em sua emocionante sequência final, Amazônia nos lembra que a floresta é um cenário vivo. Que inspira, expira, transpira. Quem sabe até suspire”.
Entre as fotografias que retratam o interior das casas de habitantes, há o quarto de Chico Mendes, símbolo da luta pela preservação do Seringal Cachoeira. Em Vitória do Jari, uma cidade quase inteira construída sobre palafitas, destaca-se o retrato de um garoto boiando em águas paradas. Na Praia de Outeiro, próximo a Belém, um rapaz fuma seu cigarro com metade de seu corpo coberto pelas águas do rio.
As imagens não são nada óbvias, nem mesmo quando se trata do clássico encontro das águas do rio Negro com o Solimões. “Estava sobrevoando a região com um monomotor e achei um jeito de fazer uma imagem gráfica”, explica Simões.
Para alcançar os lugares de difícil acesso apresentados no livro, Edu Simões utilizou diversos tipos de transporte, alguns pouco convencionais, como a rabeta, na qual chegou a passar mais de nove horas; voou de monomotor sobre o Arquipélago de Anavilhanas, composto por 400 ilhas; passou dez dias embarcado no Taba, percorrendo os rios Negro e Solimões. “Para chegar ao castanhal do rio Iratapuru, viajamos dois dias inteiros, dormindo uma noite no meio do percurso. Atravessamos cinco cachoeiras, sendo que uma embarcação virou e a outra, quase”, conta o fotógrafo. "Uma vez lá, ficamos acampados outros 10 dias na beira do rio".
O livro traz um mapa ilustrativo que mostra o trajeto percorrido por Edu Simões, incluindo localidades nos estados do Amazonas, como São Gabriel da Cachoeira, Novo Airão, Carauari, comunidades do Médio Juruá; no Acre, onde visitou Xapuri, Mancio Lima; no Pará, em que esteve em São Caetano de Odivelas, Bragança, Ilha de Algodoal e Ilha do Marajó (Soure); no Amapá, passando por Vitória do Jarí, Xapuri e comunidade do Iratapuru; Roraima e Rondônia. Fotografou nos Parques Nacionais da Serra do Divisor, Médio Juruá, Arquipélago de Anavilhanas, Monte Roraima, Parque Estadual do Iratapuru, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Mamiraua, Comunidade do Iratapuru.
Sobre Edu Simões
Edu Simões (São Paulo, 1956) iniciou sua carreira como fotojornalista, em 1976. Três anos mais tarde tornou-se um dos membros fundadores da agência F4, na qual permaneceu até 1982, ano em que passou a integrar a equipe da revista IstoÉ como editor-assistente de fotografia. Em 1988, começou a trabalhar como autônomo e foi editor de fotografia da revista Goodyear, na qual esteve até 1992. Após este período, deu início à série de ensaios fotográficos dos Cadernos de literatura brasileira, do Instituto Moreira Salles, em 1996. No ano seguinte, tornou-se editor de fotografia das revistas Bravo e República. Seu trabalho Gastronomia para um dia de trabalho duro foi exibido em 2011 no FotoRio e na Maison Européenne de la Photographie, em Paris. Foi contemplado com o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, em 1980, o Prêmio Aberje de Fotografia, em 1989, e o Prêmio Abril de Ensaio Fotográfico, em 1995. Suas obras integram os acervos da Coleção Pirelli/Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), da Pinacoteca do Estado de São Paulo e da Maison Européenne de la Photographie.
Sobre a Natura - A Natura é a maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de higiene e beleza e líder no setor de venda direta no Brasil, com uma receita anual superior a R$ 5,5 bilhões. Sediada em Cajamar, São Paulo, a companhia conta com quase 7 mil colaboradores, que atuam nas operações do Brasil, Argentina, Chile, México, Peru, Colômbia e França.
O desenvolvimento sustentável orienta a maneira de a empresa fazer negócios desde sua fundação em 1969. A paixão pelas relações fez a companhia adotar a venda direta como modelo de negócios e atualmente reune mais de 1,421 milhão de consultoras, sendo 1,175 milhão no Brasil e cerca de 246 mil no exterior, que disseminam a proposta de valor da empresa aos consumidores.
Para a Natura, inovação é um dos pilares para o alcance deste desenvolvimento sustentável. No ano passado, destinou R$ 146,6 milhões e lançou 164 itens, atingindo um índice de inovação, percentual da receita proveniente de produtos lançados nos últimos 2 anos, de 64,8%.
Sobre a Terra Virgem Editora - Especializada em Brasil e em fotografia, a Terra Virgem Editora valoriza em suas publicações o imenso patrimônio natural e cultural do país. São livros que reúnem conteúdos precisos e linguagem simples com ênfase na informação visual. Entre os títulos da editora destacam-se a série Fotógrafos Viajantes, a série Brasil Aventura, um grande sucesso editorial, com 6 volumes e mais de 50 mil livros vendidos; a coleção Tempos do Brasil sobre a história natural e a ocupação humana das paisagens mais fascinantes do país, além de diversos livros autorais de fotógrafos como Pedro Martinelli, Fausto Chermont, Roberto Setton, Klaus Mitteldorf e Ricardo Teles, entre outros. (Ascom)
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