O comentário do dia nas redes sociais foca na contradição do prefeito Carlos Amastha em declarar apoio a Sandoval nas Indiretas, acenar com apoio a Sandoval nas Diretas (caso o PP não tivesse candidato próprio) e finalmente contestar e questionar o apoio do PP a Sandoval, declarado em Araguaína ontem, quinta-feira, 29.
Amastha está no furacão por ter dado sinais pouco compreensíveis ao grande público sobre as suas opções político partidárias. Paga o preço por isso. E aí, com perdão da piada, não há carta a Salomão que explique...rs.
A leitura que vai em qualquer roda de cafezinho em que se discute política, é que o prefeito esvaziou a candidatura de Roberto Pires, jogando confetes em Ataídes Oliveira, dando declarações evasivas e por último... antecipando apoio a Sandoval.
Pouca gente compreende que Amastha na verdade deu sinais de simpatia (exagerados, é verdade, bem ao seu modo latino americano de ser) a Sandoval, mas esperava ser chamado para conversar. Segundo ele nos bastidores, poderia apoiar Sandoval sim, desde que estivesse claro o que Palmas vai ganhar com isso.
Só que antecipou o apoio em público e como não controla a legenda - leia-se tempo de televisão – o governador candidato foi atrás da direção. Leia-se: Lázaro Botelho.
Amargo preço da incompreensão. Amastha agora encara uma carta sugerindo desfiliação.
Mas vamos dar uma analisada na postura do PP? Ela não fica muito atrás nas contradições. E bem escancaradas.
Garantindo a reeleição de Botelho
Ninguém que conheça minimamente de política duvida que uma candidatura sob as asas do grupo que controla a máquina administrativa do governo é promessa de sombra e água fresca.
Controlando prefeitos, que esmolam obras e recursos diariamente com o pires na mão, os governistas se consideram os donos dos votos. A cúpula do grupo define que prefeito apoiará que candidato.
Tem pré-candidato inclusive espumando o canto da boca com boatos desarticulando suas pré-candidaturas em prol dos deputados adesistas do último ano. Gente antiga da cozinha de Siqueira e Eduardo, sendo obrigada a dar espaço por exemplo, a Stalin Bucar, para ficar num exemplo.
Os governistas também acenam com uma gorda e polpuda “estrutura de campanha”. Se é que me entendem. E cargos. Muitos cargos, que agora têm novos donos.
O que o PP fez ao ler este cenário? Pulou pra dentro de mala e cuia para garantir a reeleição de Botelho mais confortavelmente.
Amastha, ao que parece, nunca dividiu lote de cargos com a direção estadual do partido. Ganhou a legenda, ganhou a eleição e seguiu seu caminho. Dando seus palpites muitas vezes em atropelo ao que a direção conduzia.
Mas uma coisa não se pode negar: ele tem seu eleitorado. Qual influência terá nas eleições é uma incógnita, até por que seus índices de rejeição e aprovação oscilam num grau de bipolaridade incrível. Fruto de ações impopulares, mescladas com ações bem sintonizadas com o eleitor de baixa renda.
Pessoalmente acredito pouco no poder de influência dos prefeitos sobre a maioria do eleitorado. No interior por que os municípios estão quebrados e não conseguem mais fazer girar como antes a roda do assistencialismo. Na capital por que o eleitor é mais crítico e mais independente do poder público.
De certo mesmo nesta confusão do PP, é que se de um lado faltou a Amastha mais prudência nas declarações públicas de amor ao governo, de outro falta ao PP qualquer consistência ideológica. Para quem jurava que queria fazer política diferente e na oposição, a guinada até o abraço público a Sandoval foi “the Flash” demais para o distinto público eleitor entender.
Mas por aqui, isso não destoa muito do cenário ao qual estamos acostumados. Como o eleitor vai entender isso tudo aí, vamos ter que esperar Outubro chegar para ver.
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