A semana começa com as movimentações dos sindicatos de servidores públicos para lançar na quarta-feira, 25, o Musme, Movimento de Unificação de todos os sindicatos, para de certa forma evitar negociações paralelas com categorias e fortalecer o braço sindical na disputa com o governo pela data-base.
Na prática, os servidores públicos não receberam a correção da inflação do ano passado e correm o risco de não receber também a deste ano. Tudo o que a iniciativa privada já foi obrigada a negociar e pagar aos seus funcionários, o Estado do Tocantins ainda deve aos seus servidores.
O motivo para este atraso - a data base do ano passado deveria ter começado a entrar na folha de janeiro, em 12 prestações - já está mais do que cantado na praça: limites prudência e legal de gastos com pessoal estão estourados. O governo tenta chegar a agosto voltando para o legal, com a redução estimada de 2%.
Em entrevista ao T1 Notícias o presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro deixa claro que data-base é coisa que não dá mais para negociar, prorrogar, jogar para o ano que vem.
O mais grave em tudo que está no discurso dos sindicatos é o descrédito no discurso do governo de que o dever de casa está sendo feito, de que tudo que poderia ser cortado já foi e de que falta caixa para pagar os servidores. “O governo fecha as portas para nós do que gasta com os outros 49% da arrecadação do Estado”, diz Cleiton Pinheiro.
Conversei depois com o secretário Lyvio Luciano, que contesta: “estamos gastando cada vez menos e o que o governo faz está aí claro no Diário Oficial todos os dias e no Portal da Transparência, premiado como um dos melhores do País”.
A conversa entre as partes continua, e nesta terça, 24, uma nova rodada deve acontecer.
Na pauta de sugestões, os sindicatos chegam propondo que Estado dispense o contrato de locação de veículos (que estimam em R$ 4 milhões mensais) e corte os telefones celulares institucionais. Querem também que o governo pare de fazer contratos temporários para a área administrativa e acusam que há muita indicação política a atender, o que oneraria também a folha.
“Estamos abertos a ouvir as sugestões, o que falta hoje ao governo é caixa, é dinheiro”, afirma o secretário de Governo.
Pelo visto, o convencimento ainda não foi atingido, a ponto de desarmar a greve geral que se avizinha, caso cada lado mantenha o que tem dito até aqui.
Dia 11 de junho, a Assembleia Geral dos servidores coloca o assunto em pauta.
Até lá, o governo deverá aumentar o esforço em provar aos servidores o que tem repetido insistentemente: que não tem dinheiro para pagar o que é devido. Ou por outro lado, encontrar outras maneiras de honrar pelo menos, o que acordou o ano passado e começar a pagar 2015.
Alguma luz precisa brilhar no fim deste túnel. Do contrário, vai sobrar caos para o cidadão comum, que corre o risco de ser privado do atendimento de servidores públicos em todas as frentes: educação, saúde, segurança. Um impasse ao qual não precisamos chegar.
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