Siqueira não renuncia, vai à reeleição e Eduardo pode disputar Assembléia

Tese é montar chapa com Siqueira à reeleição e Sandoval de vice, com Eduardo disputando vaga de deputado estadual. Tudo combinado para uma renúncia posterior e eleição indireta. Será possível?

Siqueira disputa reeeleição e Eduardo, Assembléia
Descrição: Siqueira disputa reeeleição e Eduardo, Assembléia Crédito: Adrienne Rodriguez

Faltando cerca de 20 dias para a data limite de desincompatibilização do governador Siqueira Campos, aliados do grupo confirmaram ao T1 Notícias que não haverá renúncia.

 

O governador fica até o final do mandato e tudo indica que é candidato a reeleição, após avaliar os riscos que a candidatura do filho, Eduardo Siqueira Campos, poderia levar não só eleitoralmente. A preocupação maior é garantir empréstimos em curso e que vão aportar cerca de R$ 1 bilhão nos cofres do Estado nos próximos meses.

 

A chapa desenhada pelos aliados é Siqueira governador, Sandoval Cardoso, vice e Eduardo Siqueira disputando vaga na Assembléia Legislativa, com a intenção prévia de fazer a maioria governista, garantindo-se na presidência da Casa.

 

Até aí nada ilegítimo, afinal, candidaturas postas, quem decide é o eleitor.

 

O problema jurídico, segundo assessoria eleitoral do grupo, não existe. “Não há qualquer impedimento para que o Eduardo seja candidato a estadual e o pai a governo”, opinou mais cedo um dos advogados da equipe.

 

Mas a parte dois da estratégia governista é que soa esquisita, para dizer o mínimo.

 

Segundo corre nos bastidores, Siqueira -  que já não tem a mesma saúde de antes – após eleito, afastaria-se alegando problemas de saúde. O vice, conforme a tese, também abriria mão do cargo (algo impensável, em sã consciência). E aí, restaria à Assembléia Legislativa fazer uma eleição indireta. Com a maioria dos deputados, Eduardo Siqueira chegaria finalmente ao governo, driblando qualquer efeito rejeição de uma campanha direta.

 

Parece loucura, mas é o que já está nas rodas.

 

Ouvindo outro advogado da área eleitoral, escutei o seguinte: “se o governador eleito se afastar nos primeiros dois anos, a lei determina nova eleição, mas direta”.

 

A possibilidade de Eduardo disputar vaga na Assembléia Legislativa enquanto o pai concorre ao governo também  não é questão pacífica entre juristas.

 

Ainda que seja juridicamente possível, uma estratégia dessas para dar certo, só precisa de uma coisa: combinar com o povo.

 

Será que o eleitorado estará disposto a eleger um e ser governado por outro? Difícil.

 

Nota de Rodapé: Artigo publicado com base na consulta a dois advogados. O colunista Marcelo Cordeiro, que opinou pela impossibilidade de pai e filho comporem a mesma chapa, em qualquer posição. O segundo advogado, que assessora o grupo governista, opinou pela possibilidade legal da chapa. Mas não autorizou a publicação do seu nome, mesmo após a polêmica gerada pela publicação do artigo.

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