Faltando cerca de 20 dias para a data limite de desincompatibilização do governador Siqueira Campos, aliados do grupo confirmaram ao T1 Notícias que não haverá renúncia.
O governador fica até o final do mandato e tudo indica que é candidato a reeleição, após avaliar os riscos que a candidatura do filho, Eduardo Siqueira Campos, poderia levar não só eleitoralmente. A preocupação maior é garantir empréstimos em curso e que vão aportar cerca de R$ 1 bilhão nos cofres do Estado nos próximos meses.
A chapa desenhada pelos aliados é Siqueira governador, Sandoval Cardoso, vice e Eduardo Siqueira disputando vaga na Assembléia Legislativa, com a intenção prévia de fazer a maioria governista, garantindo-se na presidência da Casa.
Até aí nada ilegítimo, afinal, candidaturas postas, quem decide é o eleitor.
O problema jurídico, segundo assessoria eleitoral do grupo, não existe. “Não há qualquer impedimento para que o Eduardo seja candidato a estadual e o pai a governo”, opinou mais cedo um dos advogados da equipe.
Mas a parte dois da estratégia governista é que soa esquisita, para dizer o mínimo.
Segundo corre nos bastidores, Siqueira - que já não tem a mesma saúde de antes – após eleito, afastaria-se alegando problemas de saúde. O vice, conforme a tese, também abriria mão do cargo (algo impensável, em sã consciência). E aí, restaria à Assembléia Legislativa fazer uma eleição indireta. Com a maioria dos deputados, Eduardo Siqueira chegaria finalmente ao governo, driblando qualquer efeito rejeição de uma campanha direta.
Parece loucura, mas é o que já está nas rodas.
Ouvindo outro advogado da área eleitoral, escutei o seguinte: “se o governador eleito se afastar nos primeiros dois anos, a lei determina nova eleição, mas direta”.
A possibilidade de Eduardo disputar vaga na Assembléia Legislativa enquanto o pai concorre ao governo também não é questão pacífica entre juristas.
Ainda que seja juridicamente possível, uma estratégia dessas para dar certo, só precisa de uma coisa: combinar com o povo.
Será que o eleitorado estará disposto a eleger um e ser governado por outro? Difícil.
Nota de Rodapé: Artigo publicado com base na consulta a dois advogados. O colunista Marcelo Cordeiro, que opinou pela impossibilidade de pai e filho comporem a mesma chapa, em qualquer posição. O segundo advogado, que assessora o grupo governista, opinou pela possibilidade legal da chapa. Mas não autorizou a publicação do seu nome, mesmo após a polêmica gerada pela publicação do artigo.
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