A Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a defender ontem, durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, mais ênfase do governo no controle de gastos públicos, e não no aumento da arrecadação, para baixar os juros e desvalorizar o câmbio.
A audiência pública foi presidida pelo Vice-Presidente da Comissão, deputado federal Júnior Coimbra (PMDB) e contou com a presença do Gerente Executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, da Diretora de Estudos Políticos Macroeconômico do Ipea, Vanessa Petrelli Correa e da chefe de gabinete do Diretor de Política Econômica do Banco Central, Katherine Hennings.
Segundo Coimbra, o debate foi proposto com o objetivo de discutir o Relatório sobre a Estabilidade Financeira Global, publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que aponta o acelerado crescimento do crédito em países emergentes, o que possibilita o aumento da vulnerabilidade e o risco de superaquecimento da economia.
O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI afirmou que as medidas monetárias e fiscais devem ser melhor coordenadas. “A política fiscal deve assumir o papel primordial da estabilidade econômica a longo prazo”, disse. Para Castelo Branco, a política monetária como principal instrumento de combate à inflação onera a economia como um todo. Explicou que o aumento dos juros tem um ciclo longo até gerar os impactos esperados para desaquecer a economia.
O representante da CNI assinalou ainda que priorizar o corte de gastos públicos tem um impacto mais permanente. “A política fiscal gera maior eficiência na alocação dos recursos na economia e menor pressão sobre as taxas de juros”, observou.
(Com informações da Agência Câmara e da CNI)
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