A deputada estadual Luana Ribeiro (PR), vice-presidente da Assembleia Legislativa, vai integrar a comissão interinstitucional que fará visita técnica aos três principais hospitais do Tocantins a fim de levantar problemas e apontar soluções para a Saúde. A comissão será composta por parlamentares, Secretarias Estaduais da Saúde e da Administração, representantes dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, Defensoria Pública, entre outros. Assim ficou decidido durante audiência pública da Saúde, nesta terça-feira, 6, na Assembleia Legislativa. A data da visita será agendada.
Luana também requereu do secretário estadual de Saúde, Samuel Bonilha, um levantamento das despesas e da produtividade nos 19 hospitais do Tocantins. “Não adianta virmos discutir saúde sem ter números reais de como está a situação”, apontou Luana. Os números que o secretário de Saúde do Estado trouxe para a audiência foram universais a respeito de arrecadação e gastos com pessoal.
O secretário destacou que o Tocantins gastou com pessoal do setor quase o mesmo valor que os Estados vizinhos, várias vezes mais populosos, como Goiás. O procurador regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Fernando Antônio, recorreu aos números apresentados para afirmar que “o problema não é falta de recurso, mas de gestão. Se gasta muito, mas se gasta mal”, disse. O discurso foi repercutido pela presidente do Sindicato dos Médicos, Janice Painkow, que lamentou a falta de proposta de um novo modelo de gestão, e pela representante do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Ana Maria Lage, que disse haver um abismo entre o secretário e os profissionais.
Responsabilidade
A parlamentar também criticou a postura do governo de se eximir da responsabilidade. “Estou no meu terceiro mandato, e desde o princípio os problemas de saúde são os mesmos, a exemplo de falta de material, demora no atendimento. Não dá mais para ficar colocando a culpa em A ou B, precisamos de soluções definitivas”, disse.
Falta de material
Luana solicitou ao secretário o plano de ações do governo para controlar o estoque regulador de medicamentos. Durante a audiência, a deputada recebeu uma mensagem de texto de profissionais que preferiram não se identificar, informando que faltava gaze para fazer curativos no Hospital Geral de Palmas. “Hoje os profissionais têm que decidir quem vive ou morre nos hospitais, por falta de estrutura ou material. Gaze é material básico”, criticou.
Jejum e cancelamentos
A deputada também foi solidária aos pacientes que muitas vezes ficam um dia inteiro de jejum na esperança de realizar uma cirurgia e, na hora marcada, são dispensados. “É um absurdo! Uma falta de respeito com as pessoas, precisamos de soluções imediatas”, disse.
Na audiência, ficou decidido que o secretário Samuel Bonilha terá um prazo de 20 dias para apresentar na Assembleia, um plano de gestão para a Saúde do Estado.
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