“Minhas raízes fizeram do hobby um lucro”, é o que afirma o pequeno produtor de leite Gilcimar Venâncio de Barros, de Paraíso do Tocantins, ao contar como decidiu investir nesse tipo de produção em sua fazenda, distante quatro quilômetros da cidade. O leite é vendido para a Cooperativa Agropecuária Tocantinense, empresa que industrializa o Leite CAT.
O pequeno produtor conta que começou no negócio graças ao estímulo dos irmãos e que as raízes no interior do Estado de Goiás, em Morrinhos, o incentivaram a investir no negócio. “Eu tinha uma propriedade pequena e a esperança era de que a cooperativa ajudasse a superar as dificuldades”, diz.
Ele começou adquirindo vacas girolandas, que são mais fáceis de adaptar ao clima do Tocantins. “São as melhores produtoras de leite. Comecei com 25 e hoje tenho 100 e pretendo manter as 100”. O produtor retira cerca de 300 litros de leite por dia, sendo que é feito um rodízio entre os animais para a ordenha, de modo a manter a qualidade do produto. De cada vaca são aproveitados cerca de 15 litros de leite/dia.
A propriedade do cooperativista trabalha com sistema de pasto natural no período chuvoso e sistema de pasto irrigado durante a estiagem. A meta de Gilcimar Venâncio é produzir 600 litros de leite por dia, dobrar o número de vacas e hectares em pasto irrigado.
Investimento
Gilcimar Venâncio começou com pouco recurso e muita vontade. Como ele mesmo diz: “mesmo com pouco dinheiro, comecei com a maior técnica possível”. Ele investiu no pastejo rotacionado, em que divide os dois hectares em 25 lotes e cada dia um grupo de vacas pasta em um dos lotes; análise de solo, para verificar a deficiência de nutrientes e consertar com adubação; ordenha mecânica com fosso, para melhor eficiência da mão de obra; conservação das nascentes, a fim de produzir água de qualidade para o rebanho, salientando que as vacas só bebem água do tanque; e, por fim, integração entre lavoura, pecuária e floresta.
“Minha intenção é divulgar para os vizinhos o que aprendi, incentivando eles a produzir com qualidade e, o mais importante, sem gastar muito”, garante o pequeno produtor ao informar que o investimento feito foi em torno de R$60 mil, podendo ser menor.
Geração de emprego
Pequeno produtor e com outra atividade fixa, Gilcimar Venâncio já conseguiu contratar uma família para cuidar da propriedade e da produção de leite. “Eles moram e cuidam da fazenda. É um casal com cinco filhos. As crianças vão para a escola, o pai cuida da ordenha, que é feita às 6h e às 16h, e a mãe cuida da limpeza”, conta o empregador ao assegurar que sua intenção é “integrar a família a participar da produção do leite, oferecendo curso de capacitação de manejo, pasto” e outros. Para ele, o segredo do sucesso está “na dedicação ao trabalho: melhorando o gado e capacitando os empregados”.
A cooperativa
O leite produzido na propriedade de Gilcimar Venâncio sai da fazenda para a indústria a fim de ganhar a mesa dos tocantinenses. A cooperativa, sob nova direção há 3 anos, atende 68 produtores de leite e tem capacidade para produzir 30 mil litros por dia, já tendo chegado a produzir 22 mil litros. 30% dos associados têm ordenha e a maioria é de pequeno produtor, da agricultura familiar.
A cooperativa disponibiliza o tanque de resfriamento na fazenda do associado e oferece assistência técnica, além de comprar o leite no curral por R$ 0,80 centavos. A ração para o gado do associado também sai mais barata, R$ 0,60 centavos. Atualmente, a cooperativa industrializa 7.500 litros de leite por dia, sendo 6 mil litros empacotados e levados para as prateleiras dos supermercados. O excedente é utilizado na produção do queijo mussarela e da manteiga, que também são vendidos nos supermercados. A cooperativa emprega hoje 30 funcionários diretamente.
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