Com a presença de vários presidentes de Sindicatos Rurais do Estado do Tocantins, acompanhados do presidente do Sistema FAET/SENAR, Paulo Carneiro, cerca de mil pessoas, entre prefeitos, vereadores e deputados, a ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu, lançou na manhã desta quarta, 13, em Palmas, o Matopiba, região criada por decreto presidencial da presidente Dilma Rousseff na semana passada.
A Ministra anunciou, no encontro, a disposição do governo federal de transformar a região do Matopiba (que envolve 337 municípios do Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão) na maior fronteira agrícola do país, combatendo a grande defasagem econômica na região que tem um dos maiores índices de crescimento de produção, mas cuja renda da população não acompanha no mesmo ritmo. Na ocasião, a Ministra entregou tratores a 20 prefeituras e outros 28 prefeitos assinaram termo de adesão ao Matopiba.
Para a Ministra, o Tocantins é o centro logístico do país. “O Tocantins é o Estado da logística, lugar de passagem, significa industrialização”, destacou. Ela informou que está defendendo, junto ao governo federal, a viabilização dos eixos estruturantes, como a necessidade de viabilização da BR-235, que liga o Sul do Piauí e Maranhão, chegando a Pedro Afonso e à ferrovia Norte-Sul e hidrovia do Tocantins e chegar ao Ecoporto de Praia Norte, já em funcionamento. “Estamos transformando o porto de Praia Norte numa Zona de Processamento para Exportação”, antecipou a Ministra, facilitando as exportações do Tocantins e do Matopiba para países da Comunidade Européia e da China.
O presidente do Sistema FAET/SENAR, destacou que a criação do Matopiba deve ser comemorada por todos os brasileiros, em especial, os tocantinenses, uma vez que a agência vai apoiar o crescimento sustentável dos produtores locais com investimento em tecnologia e assistência técnica”, disse Paulo Carneiro.
Dados sobre o Matopiba
O Matopiba é considerado a última fronteira agrícola do mundo e atualmente representa 10% da produção de grãos no Brasil. É estratégico para a ascensão social dos pequenos produtores locais e para o incremento da produção e da exportação agropecuária do país.
O Matopiba abrange 337 municípios e 31 microrregiões num total de 73 milhões de hectares, com 5,9 milhões de habitantes. O principal critério de delimitação territorial foi embasado nas áreas de cerrados existentes nos quatro estados. O segundo critério foram os dados socioeconômicos.
O Maranhão ocupa 32,77% de todo o território do Matopiba, com 23,9 milhões de hectares em 135 municípios. O Tocantins tem 37,95% da área, 27,7 milhões de hectares e 139 municípios. Já o Piauí representa 11,21%, tem 8,2 milhões de hectares e 33 municípios e a Bahia ocupa 18,06% da área, com 13,2 milhões de hectares e 30 municípios. A proposta de delimitação foi feita pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE), da Embrapa.
Agricultura
O território do Matopiba apresenta a expansão de uma fronteira agrícola baseada em tecnologias modernas de alta produtividade. Hoje, o principal grão destinado à exportação é a soja, mas outras culturas começam a despontar na região como o algodão e o milho.
O clima favorável, o perfil dos produtores e a legalidade de novas áreas a serem abertas trazem boas perspectivas para a região. Assim, a totalidade dos quatro estados deverá apresentar aumento de 7,9% na produção de grãos na safra 2015/2016.
No caso da soja, por exemplo, os quatro estados aumentaram significativamente sua produção na safra de 2014/2015 em relação à 2013/2014. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Bahia teve crescimento de 20,3% (produção total de 3,979 milhões de toneladas), o Piauí, 18,6% (1,766 milhões de toneladas), o Maranhão, 16,4% (2,123 milhões de toneladas) e o Tocantins, 13,5% (2,335 milhões de toneladas).
Entre 1973 e 2011, a produção de soja passou de 670 mil toneladas para mais de 7 milhões. E a de grãos saltou de 2,5 milhões de toneladas para mais de 12,5 milhões no mesmo período.
O total produzido de soja deverá saltar de 18.623 milhões de toneladas da safra 2013/2014 para 22.607 milhões de toneladas em 2023/2024, aumento de 21%.
(Com informações do Ministério da Agricultura)
Comentários (0)